Mantendo a qualidade da produção original, As Five merece vida longa

Não é novidade de que Viva a Diferença foi um divisor de águas em Malhação, e foi uma das poucas temporadas que fugiu do clichê adolescente e trouxe temas que fugiam do contos de fadas e da trama romântica de todos os anos anteriores. Visto que a temporada foi muito bem recebida pelo público e um sucesso de audiência, a trama escrita por Cao Hamburger foi escolhida para ser reprisada neste ano de 2020, e a reprise vem repetindo o sucesso da exibição original.

Esse mês tivemos a estreia de As Five, spin-off que dá continuidade na história de LicaBenêEllenTina Keila. Seis anos sem se ver, as amigas se reencontram e precisam se reconectar já na vida adulta. E assim como a temporada exibida pela Rede Globo, a série aborda questões reais, e sendo uma série exclusiva da plataforma de streaming, acaba por dar mais liberdade ao autor para questões como sexo e drogas sem se preocupar com a censura.

Assim como Viva a Diferença, As Five mostra a sintonia das cinco protagonistas. As atrizes conseguiram trazer a identidade de todas as personagens e dar uma postura mais adulta para elas. Assim como o autor conseguiu continuar a contar essa história mantendo a qualidade da produção original. Com apenas dois episódios, As Five merece vida longa, e tem muitos caminhos possíveis para isso.

Nostalgia 2020: O Charme e o Talento de Sandra Bréa

 

Considerada como a rainha da televisão brasileira nos anos 70, Sandra Bréa consagrou-se como uma grande atriz. Com papeis memoráveis em O Bem-Amado (1973), dando vida à Telma Paraguaçu, e em TiTiTi (1985), interpretando Jaqueline. Sandra viveu de forma intensa e mostrou ser mais que um rosto bonito. Além de ter marcado seu nome na história da televisão. Este mês, a coluna nostalgia relembra um pouco de sua carreira. 

Sua vida artística começou como modelo aos 13 anos de idade, e logo sua beleza chamou bastante atenção. Diante disso, aos 14 anos ingressou ao teatro poeira no Rio de Janeiro, porém sua estreia aconteceu aos palcos só aos 15 anos na peça Plaza Suíte (1968), ao lado de Fernanda Montenegro e Jorge Dória.

O convite para televisão não demorou muito para surgir, e em 1970 estreou em Assim na Terra como no Céu, dando vida à jovem Babi. Elogiada pelo seu desempenho no humorístico Faça Humor; Não Faça Guerra (1970), em 1972 Daniel Filho a convida para participar do estrondoso sucesso O Bem-Amado, logo depois deste trabalho, Sandra emendou uma produção atrás da outra. Dentre os trabalhos já citados, a atriz se destacou em Os Ossos do Barão (1973), Corrida do Ouro (1974), Escalada (1975) e em O Pulo do Gato (1978)

Mas o verdadeiro auge se deu no programa que a mesma dividiu com Carlos Miele. Neste programa, Sandra atuava, dançava e entrevistava grandes convidados. De acordo com o site Memória Globo: “Em 1972, Sandra Bréa e Luiz Carlos Miele faziam parte do elenco do espetáculo musical Regina Mon Amour, estrelado por Regina Duarte. A dupla fazia um número interpretando a cação Money, Money, celebrizada por Liza Minelli no filme Cabaret. O diretor do espetáculo, Augusto César Vanucci, enxergou nos dois o potencial para um programa de televisão. A ideia se tornou realidade em 1976, com Sandra & Miele, dirigido pelo próprio Vanucci.” 

Ainda nos anos 70, Sandra estampou diversas capas de revistas, algumas delas com ensaio nu a exemplo das extintas Palyboy e Status, o que a consagrou símbolo sexual, por tanto, Sandra não queria ser reconhecida apenas pelo seu corpo. No fim desta década ainda participou da novela Memórias de Amor (1979). Já nos anos 80, fez Elas por Elas (1982), teve uma passagem pela Rede Bandeirantes,em 1983, dando vida à Laura na novela Sabor de Mel.


Retornando a Rede Globo, ingressa ao elenco da memorável TiTiTi. Interpretando Jaqueline, Sandra reafirma o seu talento e cai no gosto popular com sua personagem. Depois fez participações em Hipertensão (1986), Bambolê (1987), Pacto de Sangue (1989), Gente Fina (1990) e em Felicidade (1991), seu último trabalho na televisão, interpretando Rosita. Em 1993, Sandra reúne alguns jornalistas e anuncia ser portadora do vírus HIV, a partir daí viveu reclusa e se afastou de todos.

Retornou à televisão em uma participação especial no último capítulo da novela Zázá (1997), em sua participação a atriz reafirma a vontade de viver e encoraja as pessoas acometidas pelo vírus. Desde que anunciou ser soropositiva Sandra, sempre afirmou que a AIDS não iria lhe matar, e em 1999, a atriz foi diagnosticada com um tumor maligno no pulmão, recusando o tratamento feito à base de quimioterapia e radioterapia, os médicos lhe deram mais seis messes de vida, e em 04 de maio de 2000, ela faleceu aos 47 anos de idade.




Gustavo Goulart se prepara para lançar Lugares Perigosos, seu melhor projeto até hoje


Artista: Gustavo Goulart
Single: Lugares Perigosos/Aversão
Ano: 2020
Avaliação: ★★★★

"Qual o segredo pra tirar teu nome do meu pensamento? / Te odeio tanto mas difícil dizer que me arrependo..."é assim que Gustavo Goulart inicia Lugares Perigosos, seu novo single, e que terá o seu lançamento oficial, na próxima semana, nas plataformas digitais. Para quem acompanha o trabalho do jovem cantor gaúcho, já percebe que essa faixa tem uma das letras mais populares de sua discografia. E aqui, o significado de popular é que qualquer pessoa pode se identificar enquanto está ouvindo. Além de, claro, mostrar um amadurecimento crescente nas composições do artista.

Lugares Perigosos é sobre uma relação abusiva, onde uma pessoa feita de sentimentos se submete a viver algo da qual não concorda, e mesmo sabendo que aquilo é errado não consegue de desvincular. A forma como Gustavo escreve sobre essa relação é muito verdadeira, e quando ouvi a primeira vez parecia que ele estava contando sobre, não uma, mas alguma relações que tive. 

Junto com Lugares Perigosos, teremos Aversão, uma b-side que virá junto com a faixa de trabalho. Assim como a primeira música, Aversão também fala sobre uma relação abusiva, e as duas se completam de uma forma tão incrível que parecem ser uma a continuação da outra. Não sei se esse era o propósito, mas deu muito certo. 

Acompanho o 
Gustavo faz um tempo, e cada lançamento eu temo fazer o mesmo comentário, mas a real é que mais uma vez ele superou seus trabalhos anteriores. Tenho um carinho enorme por Energia Solar, faixa do EP Ciranda, que lançou em 2018, mas hoje, as minhas duas faixas favoritas são as que serão lançadas. A produção, as composições e todo o conjunto da obra, mesmo sendo apenas duas faixas, falaram diretamente com o meu interior. E a certeza que fica é que ele precisa ser descoberto por mais pessoas para que elas se sintam assim como eu me senti, e também pelo simples fato de termos um artista em ascensão, evoluindo à cada trabalho colocado no mundo.

Votações abertas para a nona edição do Melhores do Ano

 

Outubro se aproxima do fim, e como é de costume, a votação para o Melhores do Ano, do Portal Comenta, estão abertas. Um ano diferente, já que por conta da pandemia do covid-19 tivemos várias produções inéditas adiadas enquanto as reprises ganharam força nessa época tão difícil.

A única diferença da edição desse ano para a do ano passado é que incluímos a categoria de melhor reprise, e não teremos a categoria de melhor casal. As categorias musicais continuam pelo terceiro ano consecutivo. E lembrando que a oitava edição teve recorde de votos, ultrapassando a marca de 1500! Será que iremos ter um novo recorde esse ano?

As votações irão até o dia 1º de dezembro. O resultado sairá no domingo seguinte (06).

VOTE EM SEUS FAVORITOS ABAIXO!


Confira os vencedores do MELHORES DO ANO 2019!

Nostalgia 2020: Sonho Meu

 

Sucesso absoluto entre todas as idades, Sonho Meu manteve os bons índices deixado por sua antecessora Mulheres de Areia (1993). Com um texto inocente e despretensioso, a novela segue viva na memória afetiva de um público que clama pela sua primeira reprise após longos 27 anos de sua estreia.

Escrita por Marcílio Moraes e com a supervisão de texto de Lauro César Muniz, sua história foi baseada nas obras A Pequena Órfã (1968) e Ídolo de Pano (1974), dos autores Teixeira Filho e Carmem Lídia. A novela contou com a direção de Reynaldo Boury. Foi produzida e exibida às 18hs pela Rede Globo entre 27 de setembro de 1993 a 14 de maio de 1994, tendo um total de 197 capítulos.



A história central da trama girou em torno de Cláudia (Patrícia França), que decide ir embora para Curitiba no intuito de fugir da violência sofrida pelo seu marido Geraldo (José de Abreu). Por conta das constantes brigas, a moça acaba perdendo a guarda de sua filha, Maria Carolina (Carolina Pavanelli), para sua cunhada, a megera Elisa (Nívea Maria), por não ter paciência e nem disposição na criação da sobrinha, a tia a abandona em um orfanato.



Disposta a sair daquele lugar,
Maria Carolina consegue fugir e passa a morar na rua, e é nesse momento que a pequena conhece o Tio Zé (Elias Gleizer), que se torna o seu amigo e protetor. Batizada pelo mesmo por Laleska, a pequena passa a morar na humilde casa do Tio Zé e lá conhece outras crianças que vivem na mesma situação que a sua e juntas partilham de alegrias e travessuras.

Chegando em Curitiba, Cláudia logo se apaixona pelo playboy Lucas (Leonardo Vieira), mas vê em seu irmão, o médico Jorge (Fábio Assunção), a chance de ter uma vida melhor e assim poder arcar com as despesas do tratamento de Maria Carolina, portadora de leucemia. Porém Paula (Beatriz Segall), vê na jovem uma ameaça a sua tradicional família e junto com Lúcia (Isabela Garcia), noiva de Lucas, armam diversas situações afim de separar o casal que nesta altura da novela já estão apaixonados e dispostos a terem seu final feliz.

Cláudia não desiste de ter sua filha de volta, casa-se com Lucas e é acusada de bigamia podendo perder definitivamente a guarda de sua filha para o seu ex-marido Geraldo, que passa a persegui-la. Além disso, os protagonistas precisam enfrentar a fúria de Jorge que a este ponto se mostra um homem cruel e doentio que fará de tudo para prejudicá-los e ter a posse da empresa da família.


Devido ao enorme sucesso que fizeram na primeira fase de Renascer (1993), a Rede Globo aproveitou Patrícia França e Leonardo Vieira e ambos foram escalados para serem os protagonistas da trama. De acordo com o depoimento deLauro César Muniz ao site Memoria Globo, o público não aceitou muito bem a bigamia da protagonista da história, isso fez com que o autor antecipasse a decisão da mesma assumir seu amor por Lucas, e juntos enfrentar o processo judicial. Primeira e única novela ambientada em Curitiba, o que levou o público a conhecer belezas quais não estavam acostumados a ver nas novelas.

Já o colunista Nilson Xavier declara em seu site Teledramaturgia uma teoria que revela o porquê da novela nunca ter sido reprisada: Curiosamente, apesar de ter tido boa audiência e de ser uma novela lembrada pelo público, Sonho Meu jamais foi reprisada. Este é um dos maiores mistérios do Vale a Pena Ver de Novo, que fomenta muitas teorias. A mais aceita é que durante o prazo limite para a sua reexibição (meados da década de 2000), alguns dos principais profissionais nela envolvidos haviam sido contratados pela Record TV no momento em que emissora alavancava a sua dramaturgia e tirava muita gente da Globo: o casal romântico central, Patrícia França e Leonardo Vieira, e os roteiristas Marcílio Moraes, Lauro César Muniz e Margareth Boury. Ou seja: a reprise de Sonho Meu foi sendo protelada até que, no momento máximo em que poderia sair, não saiu por causa da Record. Após isso, a novela passou a ser considerada “velha” para a reprise à tarde”.

 A novela ainda contou com um grande elenco: Walmor Chagas, Yoná Magalhães, Françoise Forton, Débora Duarte, Eri Jhonson, Mauro Mendonça, Flávio Galvão, Myrian Pires, o estreante Ângelo Paes Leme, entre outros.

Audiência: De acordo com o IBOPE teve uma média geral de 44 pontos, se tornando a segunda maior novela da década de 90, ficando atrás apenas de sua antecessora Mulheres de Areia.



Trilha Sonora: Ando Meio Desligado – Roupa Nova; Vieste – Ivan Lins; Um Pouco Mais – Guilherme Arantes; O Preço de Uma Vida – Selma Reis, Querer é Poder – José Augusto e Xuxa, além de outras canções fizeram parte da trilha sonora nacional. 


Já a trilha internacional veio repleta de músicas dançantes e canções que estavam “bombando” nas rádios naquela época destaco: What Is Love – Haddaway, Under The Same Sun – Scorpions, Mr. Vain – Culture Beat, Show Me Love – Robin S, Cryin’ – Aerosmith, For Whom the Bell Tolls – Bee Gees e Wild World – Mr. Big.

 




Nostalgia 2020: A breve carreira de Caíque Ferreira

Se tornando um dos jovens mais promissores no meio televisivo, o ator, cantor e bailarino Carlos Henrique Ferreira da Costa, ou simplesmente Caíque Ferreira, se destacou em meio às novelas, cinema, teatro e na música, arrebatando uma legião de admiradores.

Nascido no Rio de Janeiro, em 05 de setembro de 1954, Caíque Ferreira deu início a sua vida artística aos 16 anos com a peça teatral “A Exceção e a Regra”. A partir daí o mesmo construiu uma bela carreira atuando em vários espetáculos e musicais.

Chegou na TV Globoem 1981 para dar vida ao Fred, na novela Brilhante, devido ao sucesso de seu personagem, não demorou muito para o público vê-lo na telinha novamente, e no ano seguinte Caíque participou da primeira versão da novela Paraíso, na qual interpretou o destemido Ricardo. Logo em seguida veio os convites para atuar no cinema, em 1983, o ator participou do filme “As Aventuras de um Paraíba”, no longa deu vida ao retirante Zé Branco. Após este filme, Caíque participou do filme “Flor do Desejo”, mas foi na televisão que sua carreira se consolidou, tendo destaque nas novelas Amor com Amor se Paga (1984), Corpo a Corpo (1984)

Em 1987 atuou em um dos papeis mais elogiados em sua carreira, em uma adaptação do romance de James Baldwin, “Guarani” contou sobre um romance homossexual entre dois jovens. Devido ao sucesso deste espetáculo, Caíque volta a televisão desta vez na extinta Rede Manchete, participando da novela Olho por Olho (1988). No ano seguinte, o ator encerra sua participação na Rede Globo em O Sexo dos Anjos (1989), e em 1991 retorna a Manchete e participa da minissérie O Guarani, este sendo seu último trabalho na televisão.

 

Mesmo estando na televisão, Caíque não havia deixado de lado os espetáculos teatrais e musicais e em 1991 recebeu um prêmio na cidade de Dusseldorf, na Alemanha, com o musical “Acende a Luz”, espetáculo no qual cantou e dançou. Vítima do vírus da AIDS, o ator faleceu em 12 de janeiro de 1994, aos 39 anos, deixando um legado marcado pelo talento e pela alegria.




Assista todos os episódios do W.DOC, série documental sobre os 20 anos de carreira de Wanessa Camargo


Neste ano de 2020 completa 20 anos que Wanessa Camargo lançou seu primeiro álbum e iniciou sua carreira musical, e com isso, a cantora resolveu falar de sua carreira em uma série documental no youtube, onde em cada episódio falou sobre um determinado projeto. 

Abaixo, você confere todos os episódios do W.DOC:

EP 1: Wanessa Camargo 2000


EP 2: WANESSA CAMARGO 2001

 

EP 3: WANESSA CAMARGO 2002

 

EP 4: WANESSA CAMARGO TRANSPARENTE (2004)

 

EP 5: WANESSA CAMARGO W (2005)

 

EP 6: WANESSA CAMARGO TOTAL (2007)

 

EP 7: WANESSA CAMARGO MEU MOMENTO (2009)

 

EP 8: WANESSA CAMARGO DNA (2011)

 

EP 9: WANESSA CAMARGO DNA TOUR (2013)

 

EP 10: WANESSA CAMARGO 33 (2017)

 

EP 11: WANESSA CAMARGO SINGLES (2018-2020)

 

Ao que tudo indica, teremos novidades toda semana até novembro, quando completa 20 anos de carreira. Se nada mudar, ela deve lançar um single inédito muito em breve.

Deve ser horrível ser hater de Manu Gavassi


AVALIAÇÃO: ✶✶✶✶☆ / 4,5

Após o enorme sucesso que fez na vigésima edição do Big Brother Brasil, a volta de Manu Gavassi para sua carreira musical era muito esperada, e por isso, os primeiros sinais de que essa volta estaria mais perto do que imaginávamos deixou todo mundo muito ansioso.

Manu Gavassi apagou todas as publicações de suas redes, ficou loira e assumiu uma nova identidade. Se enganou quem achou que era só para a campanha da Redken, já que tudo também faz parte do processo criativo de Deve Ser Horrível Dormir Sem Mim, seu novo single em parceria com Gloria Groove.

Com um curta-metragem de pouco mais de 10 minutos, Manu Gavassi mostra seu poder como atriz, cantora, compositora, produtora e roteirista. Deve Ser Horrível Dormir Sem Mim lembra um pouco dos trabalhos anteriores de Manu, como as faixas que compõe os EPs Cute But Psycho e Cute But (still) Psycho, lançados antes de ter a visibilidade que o reality show lhe deu.

A faixa tem pouco mais de dois minutos, mas tem uma letra inspirada, e Gloria Groove acrescentou muito com seus versos, trazendo muitas referências de trabalhos anteriores de Manu. O fato de Gloria não ser apenas a voz do rap, mas ter um momento seu na faixa também acrescentou para que o resultado final ficasse perfeito. 

Apesar de ser uma faixa pop, Manu novamente vem com uma identidade musical nada óbvia, optando por fazer um som diferente do que está em alta, e é isso que a faz ser uma artista mainstream diferente, já que a mesma vem evoluindo sem precisar trair o que sempre prezou: fazer o seu som cantando a sua verdade, e ainda assim, conseguir o reconhecimento do público. E ela está no caminho certo, e por isso digo com tranquilidade que deve ser muito difícil ser hater de Manu Gavassi, já que a mesma prova cada vez mais ser uma A-R-T-I-S-T-A.

Nostalgia 2020: O Fascínio dos Programas de Auditório

Não podemos deixar de falar de televisão e não mencionarmos os programas de auditório, composto por uma plateia que interage com o apresentador através de palmas, vaias e outras manifestações. A coluna nostalgia lista o top 5 dos programas de auditório que marcaram época.

Desde os anos 50 o gênero está entre as maiores audiências da televisão brasileira, sendo ele musical, talk show, de gincanas ou de variedades, a verdade é que o Brasil produziu e produz grandes atrações que leva entretenimento e informação ao seu público.


 Cassino do Chacrinha: Abelardo Barbosa, nacionalmente conhecido como Chacrinha teve a Hora do Chacrinha, a Buzina do Chacrinha e a Discoteca do Chacrinha. Mas o programa que o consagrou como o maior comunicador do país foi o Cassino do Chacrinha, conduzindo a atração de forma irreverente o apresentador recebia calouros dispostos a ter um reconhecimento nacional, porém muitas vezes os mesmos eram agraciados com a famosa buzina do velho guerreiro. Grandes nomes da MPB passaram pelo palco do cassino, Roberto Carlos, Gretchen, Titãs, Simone, entre outros artistas. Outra grande recordação do programa são as famosas chacretes, assistentes de palco que esbanjavam carisma e sensualidade.

Programa Flávio Cavalcanti: Apesar de ter algumas atitudes polêmicas, a exemplo abominar o comunismo e o rock and roll, quebrar discos que o considerasse ruins e ser a favor da censura. O apresentador Flávio Cavalcanti teve sua forma própria (sério e formal) de conduzir um programa de TV, em contrapartida a sua atração era muito aguardada pelo público a fim de saber qual seria o debate que haveria no programa, as atrações musicais e quais discos ele quebraria no ar. Com um gesto marcante o apresentador tinha o costume de chamar o intervalo comercial levantando a mão que era focalizada pela câmera e disparava a seguinte frase: “Nossos comerciais, por favor!”.
Após o fim da TV Tupi em 1980, Flávio transfere-se para Rede Bandeirantes, e em 1983 migra para o SBT e durante a apresentação de um dos seus programas (ao vivo) sente-se mal, ao retornar do intervalo a atração passou a ser comandada por Wagner Montes que informa que Flávio havia sentido uma indisposição e que na próxima semana retornaria à apresentação do seu programa, porém isso não aconteceu após quatro dias o apresentador falece.
Por conta da morte de Flávio Cavalcanti, o SBT cancelou a sua programação exibindo uma mensagem de luto ao mesmo.


 Programa Silvio Santos: Atualmente considerado o maior comunicador do país em exercício, Silvio Santos leva ao ar um programa diversificado contendo, games, atrações musicais, além das famosas pegadinhas. O programa está no ar desde 1963 e ao longo desses anos passou por algumas emissoras até se firmar no SBT. Apesar das controvérsias que ultimamente o apresentador tem passado, o seu programa ainda resiste e leva ao público descontração.

Quadros famosos ficaram marcado na história da televisão brasileira a exemplo do Topa Tudo por Dinheiro, Show de Calouros, Porta da Esperança, Em Nome do Amor, entre outros quadros. Atualmente com 89 anos Silvio esbanja vitalidade e profissionalismo, características que carrega há mais de meio século de carreira.


Domingão do Faustão: Vindo da Rede Bandeirantes, a expectativa da Rede Globo era que Fausto Silva incomodasse os demais programas dominicais sendo seu principal concorrente o Silvio Santos, coisa que de fato aconteceu. De forma irreverente o apresentador levou em seu primeiro programa personalidades do calibre de Dercy Goncalves, Xuxa e Lulu Santos. Trazendo de volta o tom popularesco deixado por Chacrinha, o Domingão do Faustão está no ar desde de 1988 e ao longo desses anos quadros caíram no gosto do público, aconteceu inúmeras atrações musicais, além de ter uma numerosa plateia que o mesmo faz questão de interagir.

Na metade dos anos 90 e início dos anos 00, o Domingão do Faustão se viu ameaçado por outro programa de auditório o Domingo Legal, apresentado por Gugu, com quadros de conotação sexual e musicais o programa do SBT fisgou boa parte do público da Globo. Com isso a emissora se mexeu e promoveu algumas mudanças que surtiram efeitos e com tudo isso o Domingão do Faustão prevalece até hoje sendo visto como uma das maiores vitrines para os artistas já consagrados ou até mesmo os que estão em início de carreira, além disso é considerado um dos maiores programas de auditório da televisão brasileira.


Hebe: A rainha da televisão brasileira como ficou nacionalmente conhecida, comandou por muito tempo um talk show que levava o seu nome Hebe. Mas antes disso a mesma participou a convite de Assis Chateaubriand da primeira transmissão ao vivo da televisão brasileira em 1950, logo depois estreou o seu primeiro programa de auditório O Mundo é das Mulheres (1955).

Já na década de 60, Hebe estreia um novo programa, este o consagraria como a rainha da TV no Brasil e que perdurou ao ar até 2012 tendo passado por emissoras como RecordTV, Rede Tupi, Rede Bandeirantes, SBT e pôr fim a RedeTV!. Hebe reunia grandes nomes em seu famoso sofá e debatiam sobre temas pertinentes a sociedade sempre os cumprimentando com a sua marca o “selinho”.

Bônus – Planeta Xuxa: O ano era 1997 e a Rede Globo levava ao ar o primeiro programa de auditório dominical comandado por uma mulher (antes os programas em todas as emissoras eram apresentados por homem). O Planeta Xuxa chegou para alegrar e entreter não só o público jovem e sim toda a família, inicialmente o programa ia ao ar nas tardes de sábado, porém com a cobertura da copa do mundo em 1998 o programa passou para os domingos e lá permaneceu até a sua extinção em 2002.

Com apresentação de artistas que estavam em ascensão na época, e com o carisma da apresentadora o programa consolidou de vez o nome de Xuxa entre uma das maiores comunicadoras do país. Quadros como transformação, que tinha o intuito de transformar alguém da plateia e intimidade no qual Xuxa “despia” o entrevistado com perguntas sobre sua vida foram os pontos altos do programa.

Por fim finalizo enfatizando que os programas de auditório sempre fizeram parte do cotidiano dos brasileiros desde dos tempos primórdios da rádio, e até hoje mesmo com os avanços tecnológicos que temos eles resistem, encantam e levam entretenimento e fascínio para seu público.


Com personagem dramática, Claudia Raia foi o verdadeiro destaque de A Favorita




Sempre que falava de A Favorita, muitos comentavam sobre Flora (Patrícia Pillar) ser o ponto alto da trama, e o grande destaque da trama de João Emanuel Carneiro. Como falei anteriormente, estou tendo a oportunidade de ver a trama no Globoplay, e por isso, consigo colocar minhas próprias impressões aqui.

A trama de João Emanuel Carneiro realmente foi muito bem desenvolvida pelo autor, assim como seus personagens. E apesar de achar que ambas as atrizes roubaram a cena, percebo que o grande destaque é Donatela (Claudia Raia).

A personagem começa a trama como uma burguesa, e antes do capítulo 60 já vemos outra personagem em tela. Ela perdeu o apoio da filha, pessoa mais importante de sua vida, e também a sua liberdade, sendo acusada por um crime que não cometeu. Donatela perde tudo, e Flora, a verdadeira vilã, consegue o que sempre quis.

Claudia Raia brilha em cena, e é em A Favorita que sai de sua zona de conforto que é a comédia. Donatela tem sim seus momentos na primeira fase da novela, mas é uma personagem dramática, e com vários nuances. Claudia consegue passar toda a sua dor para o telespectador, e isso é muito difícil. Enquanto vejo que após a revelação, Flora se tornou uma vilã até um pouco caricata, e um tanto que comum, e o que lhe diferencia das outras, é que ela não tem um pingo de humanidade, e ninguém é, de fato, importante pra ela.

E não, não é desmerecer o trabalho de Patrícia Pillar, maravilhosa como Flora, mas também enaltecer o trabalho de Claudia Raia que - para mim - teve em A Favorita, seu melhor personagem até o momento. E é uma pena que desde então, a única personagem com certa relevância em sua carreira foi Jaqueline no remake de Tititi, enquanto as outras foram bem medianas. 

Nostalgia 2020: A Gata Comeu


A Gata Comeu é uma reedição da novela A Barba Azul (1974), exibida pela extinta TV Tupi, ambas foram escritas por Ivani Ribeiro. A Gata Comeu contou com a direção geral de Herval Rosano, foi produzida pela Rede Globo e exibida entre 15 de abril a 19 de outubro de 1985, e teve 160 capítulos. E é com uma grande satisfação que relembramos um pouco desta trama, que fez um enorme sucesso e é considerada até hoje uma das novelas das seis de maior audiência da emissora.



A geniosa Jô Penteado (Christiane Torloni), é uma jovem que já ficou noiva por sete vezes, mas nunca se apaixonou verdadeiramente. Porém sua vida muda ao conhecer o professor “tranquilão” Fábio (Nuno Leal Maia), viúvo e pai de dois filhos. O professor consegue uma lancha emprestada com o pai de Jô, Horácio (Mauro Mendonça), tendo a finalidade fazer uma excursão com seus alunos, por tanto, decidida a usar a lancha do pai, Jô embarca junto com Fábio e leva consigo um grupo de pessoas, que são eles: Lenita (Deborah Evelyn), sua confidente e irmã por parte de pai, Tony (Roberto Pirillo), que leva seu amigo Vitório (Laerte Morrone) que se diz ser “o famoso conde de Parma”, mas que na verdade trabalha como garçom, e o divertido casal Gustavo (Cláudio Corrêa e Castro) e Tereza (Marilu Bueno), amigos da família Penteado. 

Já Fábio leva a sua noiva Paula (Fátima Freire), Edson (José Mayer), quem conduz a lancha e é funcionário de Horácio, e mais seis crianças, todos alunos do professor. Após uma pane, a lancha acaba naufragando e indo parar em uma ilha, lá os personagens passam alguns messes e a relação entre eles não é nada amistosa, principalmente entre Jô e Fábio, este período da novela rendeu bons momentos.

Após serem dados como mortos, o grupo é encontrado por pescadores, e após retornarem à terra firme todos tem suas vidas transformadas. Jô enfim se descobre estar apaixonada por alguém, e esse alguém é o professor Fábio que fica enfurecido com a moça ao descobrir que ela sabotou seu casamento com Paula, que por sua vez passa a gostar de Tony.

Vitorio leva sua fama de conde chegando até os ouvidos da megera Gláucia (Bia Seidl), irmã por parte de pai de Jô, a mesma sonha em se casar com um homem rico. Porém acaba caindo na armação que foi arquitetada por Tony, seu ex-namorado.



Ao descobrir que Gustavo e Tereza estão “grávidos”, o casal entra em conflito com a filha mais velha Babi (Mayara Magri), que não gosta nada em saber que terá um irmãozinho. E por fim, a insegura Lenita se entrega ao amor com Edson, que por sua vez foi o grande responsável pela “pane” na lancha, sendo que na verdade o mesmo escondeu a chave da embarcação com o propósito de sumir com uma grande quantia em dinheiro que havia tomado nas mãos de um agiota.

A novela também destacou o famoso Clube dos Curumins, formado por Cuca (Danton Mello), Adriana (Kátia Moura), Cecéu (Rafael Alvarez), Verinha (Juliana Martins), Nanato (Sílvio Perroni) e Xande (Oberdan Júnior), alunos de Fábio que foram a excursão e que sonham em ter uma sede para o seu clube, para isso essa turminha aprontou inúmeras travessuras até conquistar o seu objetivo.

A novela foi solar, houve muita cena externa pelo bairro da Urca no rio de Janeiro, coisa que na época era muito raro para uma novela que em sua maioria era toda gravada em estúdio, o elenco estava em uma sintonia bacana e a época favorecia ao enorme sucesso que a trama fez. A Gata Comeu ainda contou em seu elenco nomes como Dirce Migliaccio, Anilza Leoni, Élcio Romar, Eduardo Tornaghi, Nina de Pádua, Luís Carlos Arutin, entre outros.



Segundo o site Teledramaturgia: O primeiro nome pensado para o remake foi Pancada de Amor Não Dói, um título péssimo, sabiamente trocado por A Gata Comeu. Quando começaram as primeiras chamadas, o nome causou estranhamento: o que a gata comeu, afinal? A referência estava na música de Caetano Veloso gravada pelo grupo Magazine (de Kid Vinil) para a abertura: “Ela comeu meu coração, trincou, mordeu, mastigou, engoliu, comeu…”. Jô era a gata que comia o coração de seus pretendentes. Outra interpretação pode vir da frase de apelo infantil “O gato comeu!”.

Abertura: A considero como a melhor abertura já produzida na era Hans Donner, a junção de cores, formas geométricas (a cara dos anos 80) e com o estilo Pop Art deram um toque a abertura que ainda trouxe como tema um rock bem irreverente. Poucos sabem, mas o ator que aparece numa briga com o gato na abertura é Breno Moroni que anteriormente participou da abertura da novela Champagne (1983), e posteriormente atuaria em produção de Ivani Ribeiro, A Viagem (1994), onde o ator deu vida ao enigmático mascarado Adonay.

Reprise: Sua primeira reprise ocorreu em 1989 no Vale a Pena Ver de Novo, ganhou uma segunda reprise em 2001, tornando assim a primeira produção a ganhar uma reexibição na sessão. Em 2017 foi reexibida na integra pelo Viva.



Trilha Sonora: Repleta de sucessos da época, a trilha de A Gata Comeu trouxe algo peculiar. Sua trilha internacional contava com a canção Crazy For You, de Madonna, este hit foi lançado para o filme Em Busca da Vitória (1985), porém ao descobrir que sua música estava na trilha de uma novela a rainha do pop exigiu que fosse retirada. Com uma situação inusitada, a Som Livre precisou retirar todos os discos que estavam à venda e lançar uma nova versão da trilha internacional que desta vez contou com Smooth Operator da cantora Sade.

As trilhas ainda contaram com, Só Para o Vento – Ritche; Choro – Fábio Jr.; Eu Queria Ter Uma Bomba – Barão Vermelho; Everything I Need – Men at Work; Heaven – Bryan Adams; Sonho Blue – Liliane; Amigo do Sol, Amigo da Lua – Benito de Paula; Everytime You Go Away – Paul Young; Forever By Your Side – Manhattans; entre outros sucessos.

Abaixo, confira a abertura da novela:





A volta precoce das novelas com inúmeras limitações



Deve ser muito frustrante ter que parar uma novela no meio, ainda mais por conta de algo tão sério quanto o que estamos vivendo. Mas, depois de alguns meses, a notícia de que Amor de Mãe e Salve-se Quem Puder pegou muitos noveleiros de surpresa, mas não de uma forma positiva.

É claro que medidas devem ser tomadas, mas como se animar em saber que atores não poderão se aproximar e muitos personagens não irão voltar por fazer parte do quadro de risco? Não tem como. Faz alguns meses que aguardamos por capítulos inéditos, mas não é justo voltar dessa forma e acabar com toda a história que o autor colocou no ar antes desse caos que se encontra o mundo. 

Por isso, se for pra ser como estão anunciando, qual a dificuldade em manter as reprises até tudo se normalizar? Assim, nós estaremos aqui sedentos para continuar acompanhando a história desses personagens de uma forma que não prejudique a obra em um todo. Um dos exemplos é Malhação - Toda Forma de Amar, que não era lá essas coisas, mas teve um final podre, e nenhum dos profissionais envolvidos mereciam um último capítulo daqueles, então imagina dois meses de novela pela frente - como é o caso de Amor de Mãe. É pra se pensar no público e adiar esse retorno...
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