Anos 70 – A época da Disco Music

E tudo nasceu da Disco, Yeah Baby. Os anos 70 não foram, digamos assim, com todo respeito, uma época de gente bonita. Não que as pessoas fossem feias, mas vamos combinar que a moda deixava muito a desejar. Calça boca de sino bordô com camisa azul turquesa e tamanco não é uma coisa agradável aos olhos. Mas a música foi bem rica, trazendo uma ruptura com rock rebelde que vinha dos anos 60. Era época de dançar.

Nos anos 1970 os mais famosos artistas de disco eram Donna Summer, Bee Gees, KC and the Sunshine Band, ABBA, Chic, os irmãos The Jacksons. Summer se tornaria a primeira artista de disco popular, recebendo o título de "Rainha do Disco", e também desempenhou um papel pioneiro no som da eletrônica, que mais tarde tornou-se uma parte da disco. Embora os artistas tenham acumulado a maior parte da atenção pública, os produtores por trás das cenas tiveram um papel importante na música disco, já que muitas vezes escreviam canções e criavam sons inovadores. O filme Saturday Night Fever contribuiu para o aumento da popularidade da disco music.

O fenômeno disco' também aumentou a popularidade de algumas formas de dançar pré-coreografadas. Durante a febre disco, era comum ver cantores simulando um robô no palco. A popularização do estilo chamado Robot, veio depois que o jovem Michael Jackson do grupo Jackson 5 simulou um robô dançando durante a performance de Dancing Machine no Soul Train de 1973, posteriormente o cantor contou em seu livro Moon Walk que no dia seguinte todos estavam tentando imitá-lo.

A moda caracterizava-se pelo sapatos plataformas (quanto maior melhor) tanto para homens como mulheres e calças tipo boca-de-sino e golas gigantescas das camisas de popeline estampadas (novidade na época) para homens e as calças pantalonas para as mulheres, além de diversos adornos como anéis, pulseiras, relógios e correntes. Cabelos quanto mais rebeldes melhor, Black Power era o estilo mais popular.

Em nome da eficiência, praticamente desapareceram as letras, substituídas por refrões que se repetem continuamente. Portanto, não se deve esperar o aparecimento de algum Bob Dylan no meio desta geração que não está preocupada com problemas maiores, quer apenas se divertir, já que deve haver alguém que cuide destes problemas seculares todos, por eles.

A influência da discoteca em músicos que não são especialistas no gênero tem sido bastante forte, inclusive em músicos brasileiros, pois quem diria, alguns anos atrás, que Belchior, por exemplo, gravaria alguma coisa em ritmo de discoteca; ou ainda que George Benson, um dos mais respeitados músicos de jazz dos Estados Unidos fizesse sucesso em discoteca aconteceu com "On Broadway’? também que os Stones — o maior grupo de rock do mundo.

A música de discoteca, em si, é um prolongamento artificializado das bandas e cantores de soul, com um destaque maior para James Brown, o pai do funk, em quem os produtores de discoteca se inspiraram bastante, sem dúvida alguma. A marcação do funk, praticamente a mesma durante a música inteira, mas contendo um forte balanço, fica distanciada da discoteca exatamente neste ponto, pois o som discoteca praticamente não tem balanço. Tem, isto sim, uma pulsação constante, e embora tenha sido considerada a responsável pela volta do hábito de se sair de casa para dançar, a verdade é que só mesmo em concursos de dança é que se pode observar alguma criatividade na maneira de dançar das pessoas.

NO BRASIL:

Até no Brasil o estilo deixou sua marca, com a novela Dancin' Days, da Rede Globo de Televisão (em 1978) e o efêmero sucesso do grupo As Frenéticas.

A diva da Disco Music no Brasil é a cantora Gretchen, que ficou conhecida após se apresentar cantando Dance a Little Bit Closer da cantora Charo no programa de calouros do Silvio Santos. Enquanto se apresentava, para pagar uma aposta com as colegas do cursinho pré vestibular, a jovem era assistida pelo produtor musical argentino Mister Sam. O nosso "hermano" logo cuidou em procurar a produção do programa e pegar os contatos da caloura, que até então era apenas Maria Odete Miranda. Em 1978, Mister Sam lança no programa Carlos Imperial uma cantora de Disco Music e ritmos latinos da qual possuia o pseudonimo Gretchen. No mesmo ano, ela emplacou seu primeiro sucesso, Dance With Me, ganhando certificado de disco de ouro pela venda acima de 150 mil copias.



Também conhecida como um dos grandes nomes da Disco Music brasileira, a cantora Lady Zu emplacou na decada de 70 o sucesso A Noite vai Chegar.

Rita Lee, que chegou a ter canções gravadas pelas Frenéticas,  também gravou canções no estilo. No mesmo ano, Tim Maia acompanhado pela Banda Black Rio lançou o álbum Tim Maia Disco Club, fortemente inspirado no gênero.

Gilberto Gil, grava em 1979, a canção disco Realce do álbum homônimo, uma possível ode a cocaína. A Rádio Cidade do Rio de Janeiro (102,9 FM), possuía um programa chamado "Cidade Disco Club" comandado por Ivan Romero.


Nostalgia 2014: Após dragões e bruxas malvadas, o final feliz de "Floribella"

Há nove anos atrás, estreava a versão brasileira de "Floribella", protagonizada por Juliana Silveira, Roger Gobeth, Maria Carolina Ribeiro, Suzy Rêgo, Mário Frias, Leticia Colin e grande elenco. Como todas as crianças da época, eu era um que me apaixonei pelo conto de fadas infantil, da gata borralheira, pelo príncipe encantado. Assisti apenas a segunda temporada e lembro de como era bom, viajar naquele mundo de fantasia e música, talvez hoje, essa falta não seja sentida pelas crianças, por conta do SBT passar "Chiquititas", da mesma criadora, por tanto, eu sinto falta daquela turma, que muito aprontou e cantou na nossa telinha... Vamos relembrar?



Para alavancar a audiência da emissora, apostaram no sucesso da trama infantil e de sucesso na argentina e deu resultado, aumentando a audiência do horário e ainda com o sucesso de vendagem dos produtos da trama, a Band viu em "Floribella", uma época de sucesso, que a muito tempo, não se repete!


Música: Para os lançamentos discográficos da telenovela, a Band fechou um acordo com a Universal Music Brasil. No total, foram cinco discos editados, dois álbuns de estúdio, dois ao vivo e um de remixes e karaokê. O primeiro disco lançado foi Floribella, em 6 de junho de 2005. As vozes presentes no álbum são da protagonista Juliana Silveira e da antagonista Maria Carolina Ribeiro, com uma participação especial de Gustavo Leão. A produção coube a Rick Bonadio. O álbum se inspirou no original Floricienta y Su Banda, lançado em 2004 na Argentina. Nos primeiros 45 dias após o lançamento, o álbum já havia vendido 55 mil cópias. Ficou na décima quinta posição dos mais vendidos de 2005. Foi certificado inicialmente disco de ouro pela marca de 100 mil cópias vendidas, condecoração que Juliana recebeu no palco do Sabadaço, contudo, mais tarde recebeu disco de platina pela Associação Brasileira dos Produtores de Discos (ABPD) por vendas totais de 170 mil cópias. Silveira recebeu a certificação no palco do Band Vida.


A canção-título "Floribella" ficou entre os tons de chamada mais baixados em celulares do mês de julho de 2005, com mais de 90 mil cópias vendidas, e após o término da primeira temporada, haviam sido comprados 320 mil toques. O primeiro DVD saiu ainda em 2005. Intitulado Floribella: Ao Vivo, nele Juliana Silveira interpreta cinco temas do primeiro disco. O espetáculo foi gravado no dia 18 de setembro de 2005 em São Paulo, e foi certificado ouro pela ABPD ficando entre os 20 mais vendidos de 2005 na 18º posição. O show foi exibido na Band um dia após sua realização. O segundo disco lançado foi Floribella 2: É pra você meu coração, em março de 2006. O disco contêm treze canções, doze inspiradas no seu correspondente argentino e uma inédita, "País das águas". Este recebeu disco de ouro. No mesmo ano, é distribuído Floribella: Remixes + Karaokê, com remixes e karaokês de todas as canções de Floribella 2. Floribella: O Musical foi gravado a partir de um espetáculo ao vivo no Tom Brasil, em São Paulo, e tornou-se a última edição fonográfica da telenovela.

Vídeos: 

Porque
 (2005)



Você Vai Voltar
(2006)



Abertura Segunda Temporada
(2006)



Desde Que Te Vi - Ao Vivo
(2006)



Te Sinto/ Meu - Ao Vivo
(2006)



Te Sinto
(2006)



Floribella
(2005)




''S.O.S Mulheres ao Mar'' emociona e diverte o público

 


Imaginem um filme com um ótimo roteiro e agora somem com um elenco de primeira e uma direção impecável, é assim que eu vejo “S.O.S Mulheres ao Mar”, filme estrelado por Giovanna Antonelli, Reynaldo Gianecchini, Fabiula Nascimento, Thalita Carauta, Marcelo Airoldi, Emanuelle Araújo...

Resumindo a história: Adriana (Giovanna Antonelli) é uma dubladora de filmes pornô e sonha em ser uma escritora. Após voltar de viagem e admitir que tem outra, Eduardo (Marcelo Airoldi) sai de casa e ela se vê no fundo do poço, contando sempre com sua empregada, Dialinda (Thalita Carauta) e Luiza (Fabiula Nacimento). A história começa quando Adriana descobre que seu ex-marido vai levar Beatriz (Emanuelle Araújo), sua namorada, para um cruzeiro, coisa que sempre sonhou. Então, ela decide embarcar para tentar reconquista-lo. Ela convida Luiza para ir com ela, que topa! No dia da viagem, Dialinda sem querer, consegue embarcar junto e a partir daí a história começa a se desenrolar. O caminho de Adriana se esbarra com o de André (Reynaldo Gianecchini), quem ela pensa que é homossexual.

O filme trata de uma forma leve e divertida sobre o valor das pessoas e dos pequenos momentos que passamos. As pessoas que passam na nossa vida e vão embora. O filme trata que muitas vezes, nós não deixamos a felicidade entrar pela porta, por medo das consequências. Giovanna Antonelli e Reynaldo Gianecchini funcionam em cena e conquistam de cara, com as cenas divertidas em que ela pensa que ele é homossexual, mas é Thalita Carauta e Fabiula Nascimento quem nos brindam com as melhores cenas do filme.

Um filme de comédia e com uma mensagem muito importante. Quem puder, vá assistir no cinema mais próximo, vê online, espera chegar na locadora... Não importa o jeito, mas “Rode o Filme”, porque vale a pena!

Novidades agradam na velha nova programação da Rede Globo

 


Nesse fim de semana temos a estreia da nova programação da Globo com novidades nos programas de sábado e de domingo. Na segunda a novidade do dia é a estreia da novela "Meu Pedacinho de Chão" de Benedito Ruy Barbosa, que vem com muitas novidades e talvez a maior delas, é a forma que será contada. Quem assistiu as chamadas, sabe que um mundo encantado nos espera. Confesso que sinto certo medo. Ou a trama será um grande sucesso ou um fiasco. Espero que esteja enganado e que as donas de casa não estranhem a forma em está sendo produzida.

Como vimos no "Vem Aí" exibido na última quinta-feira, temos "Geração Brasil" que estreia em maio e pelo pequeno clipe de apresentação, sabemos que tem tudo para recuperar o público perdido do horário. Os autores, os mesmos que escreveram o fenômeno "Cheias de Charme", sabem como fazer uma novela para todos os tipos de classes e com certeza não vão nos decepcionar. O remake de "O Rebu" também promete muito suspense, com um elenco de primeira. Temos ainda a nova temporada de "Malhação" e as demais novelas, que poucos detalhes foram divulgados e nem mencionadas foram.

Sobre as séries, temos a última temporada de "A Grande Família". Mesmo desgastada, o seriado que está em seu décimo terceiro ano, deixará saudades e só pelo clipe de apresentação da temporada, vimos que essa família vai deixar saudades. "Tapas e Beijos" é a mesma e não apresentou nenhuma novidade, assim como "Pé na Cova". 

"O Caçador" vem aí para reaproximar o telespectador das produções noturnas, já que "Em Família" enfrenta índices baixos. Pelo clipe será uma história emocionante, com uma direção afiada e um elenco também de primeira. Só resta ver na íntegra. "A Segunda Dama" me mostrou uma surpresa. Esperava qualquer coisa, menos o que eu vi. Acho que será um dos destaques do ano e fará mais barulho do que muita gente imagina. Acho que emplaca!

Temos ainda mais uma temporada de "The Voice Brasil", "Amor e Sexo" que ia acabar mais graças ao público, garantiu mais um ano. Temos a estreia de "Super Star" e o novo programa de Marcelo Adnet, "Tá no Ar", que parece mais uma cópia da extinta "TV Pirata". 

Enfim, mais um ano cheio de novidades na Globo, com novelas, séries, programas... Nem tudo é novidade como se diz, mas esse ar de renovação é sempre bom. Espero não me decepcionar, como me decepcionei com as novelas de 2013. E sobre a nova logo, achei bonita, porém já estava circulando na internet fazia tempo e não foi novidade. Agora resta saber se tudo isso vai refletir na audiência perdida... Espero que sim!

2014 começou!

Novelas em exibição não chamam atenção e Globo vive pior fase


O momento atual na Rede Globo é precária. As novelas não chegam nem perto da meta esperada pela emissora. No horário das seis, Joia Rara está em seu último mês de exibição e eu afirmo, que pela primeira vez em muitos anos, não assisti nem um capítulo da novela de Thelma Guedes e Duca Rachid. E talvez por isso, não vou falar se é boa ou não. Se merece os números de audiência, ou não. Só sei que pelas chamadas, "Meu Pedacinho de Chão" é totalmente diferente das trama de época da atual e aposta em uma narrativa um tanto infantil. Se vai reerguer o horário? Espero que sim e que o público não estranhe a forma que a trama será contada.


No horário das sete, "Além do Horizonte" segue com baixa audiência, um pouco melhor do que registrava no inicio. A trama dos novatos Carlos Gregório e Marcos Bernstein, foi criticada desde o inicio e não atraiu a atenção do público, o que mudou após algumas mudanças. Dizem que quem deu mais uma chance para a trama, não se arrependeu. A novela em maio, será substituída por "Geração Brasil" dos mesmos autores do fenômeno "Cheias de Charme", quase nada se sabe da trama, apenas a história central e os atores. Tenho quase certeza que os autores nos reservam uma trama alto astral e que vai prender o público, pois sabem escrever para todas as classes. Se estou certo ou errado, saberemos depois da estreia.

O horário das nove é o mais prejudicado no momento. As duas tramas anteriores, já passaram uma fase ruim, agora estão razoavelmente bem, diferente da recém estreada "Em Família". Na verdade, a trama estreou faz mais de um mês, mas não disse muito de sua história. Nós sabemos como é o ritmo do Maneco e também não podíamos esperar algo muito diferente. Eu particularmente gosto da trama, só acho que ele precisa deixar o clichê de lado e apostar em momentos onde algo acontece. Quem vai se interessar em uma novela onde três cenas seguidas são pessoas conversando em um restaurante ou conversando em um avião? Pra não dizer que a trama não tem histórias boas e que prendem, temos Vanessa Gerbelli no papel de Juliana. A atriz está dando um show de interpretação e tudo em sua volta funciona. Quando está em cena com Júlia Lemmertz, ela simplesmente engole a colega de trabalho, não por Júlia ser mais ou menos talentosa, mas sim porque sua Helena ainda só serve para dar conselhos para Clara, interpretada pela maravilhosa Giovanna Antonelli, que é outra personagem que agrada. Sua relação com Marina, Tainá Müller movimenta a trama e a atração das duas, é notória. As duas atrizes fazem um par daqueles que a muito tempo não víamos, com a tal "química". Ou melhor, vimos recentemente com Thiago Fragoso e Mateus Solano. O mundo evoluiu, não? Agora com a doença de Cadu, interpretado por Reynaldo Gianecchini, a história promete.

Por enquanto, essas duas tramas são as que mais chamam atenção. Gabriel Braga Nunes está apagado. Bruna Marquezine está correta. E Viviane Pasmanter é um dos destaques, atuação e personagem maravilhosos, porém, sem uma história interessante no momento. A novela está com péssimos índices de audiência em todo o Brasil e logo mais Maneco vai ser obrigado a mexer em algo. Vamos ver o que Maneco reserva.

A próxima trama do horário nobre tem título provisório de "Falso Brilhante" e deve estrear em julho. De Aguinaldo Silva, tem tudo para recuperar a audiência perdida. As tramas do autor conseguem prender o público. É esperar...

Nostalgia 2014: ''Aline'' deixa saudade pelos personagens insanos e sua história moderna


Aline namora dois rapazes, Otto e Pedro. Ela só quer curtir a vida, enquanto tem que aguentar as loucuras dos próprios pais, a síndica chata e Wallace que é tarado por ela. Sem contar em seu analista, que não é tão certo assim. 


A primeira temporada da série foi exibida em 2009 e a segunda em 2011, essa no entanto encurtada pela emissora. Em um todo, foram 14 episódios engraçados e que sempre nos deixavam uma mensagem. Maria Flor que interpretava a protagonista, cumpriu seu papel e nos mostrou uma Aline feliz, apesar de muitas frustrações. Pedro Neschling e Bernardo Marinho interpretavam os namorados. O que era pra ser uma relação um tanto estranha, agradou o público de alguma forma. Sem vulgaridade, o que a série mostrava era um relacionamento moderno, de três pessoas que se amavam e dividiam sonhos, problemas e principalmente a loucura. Nessa série, ninguém seguia padrões.

Quando a Rede Globo decidiu exibir dos 8 apenas 5 episódios da segunda temporada, causou revolta em muitos fãs, que foram para as redes sociais reclamarem. Mas não teve jeito! E assim, Aline nos deixou em um episódio emocionante, onde a nossa protagonista se encontra com a morte. Clichê, mas nos proporcionou momentos marcantes e que deixa saudades... Aliás, o que eu mais sinto saudade na TV são seriados bons, já que o que é bom dura pouco. 


Cazuza: um pouco do "exagerado" que deixou saudades

 


Por: Maurício Neto



 

No início dos anos 80, um garoto dourado do sol de Ipanema surpreendeu o cenário musical brasileiro. À frente de uma banda de rock cheia de garra, começou a dar voz aos impulsos de uma juventude ávida de novidades. Ele, Cazuza, era a grande novidade. 

O Brasil saía de um longo ciclo ditatorial e vivia um clima de democracia ainda incipiente, mas suficiente para liberar as energias contidas. Cazuza desempenhou um papel importante nesse processo. E quando as misérias e mazelas nacionais foram se desnudando, ele respondeu sem meias palavras. 


A expressão de sua repulsa diante desse quadro só pode ser comparada à coragem com que lutou por sua vida, no enfrentamento público da Aids. Lições de indignação e de dignidade; de como levar a vida na arte e "ser artista no nosso convívio". 
“Acho que o poeta é um insatisfeito. Então a noite, a vida noturna, a vida boemia, da farra, são geralmente frequentadas por pessoas insatisfeitas… Acho que é a própria insatisfação do artista que o leva a ter uma vida desregrada… Você diz que eu sou poeta, mas eu me considero um letrista, gosto de falar que sou letrista, porque eu acho que tem uma distância entre poesia e música popular..." (Depoimento ano de 1988)

No pouco que viveu, Cazuza deixou uma obra para ficar. Bebeu na fonte da tradição viva da MPB para recriar, num português atual e espontâneo, cheio de gírias, e num estilo marcadamente pessoal, a poesia típica do rock. Com justiça, foi chamado de o poeta da sua geração. 

Na definição do dicionário, "cazuza" é um vespídeo solitário, de ferroada dolorosa. Deriva daí, provavelmente, o outro significado que o termo tem no Nordeste: o de moleque. Foi por isso que João Araújo, de ascendência nordestina, certo de que sua mulher Lúcia teria um menino, começou a chamá-lo de Cazuza, mesmo antes de seu nascimento. Batizado como Agenor de Miranda Araújo Neto, desde cedo o menino preferiu o apelido. O nome ele só viria a aceitar mais tarde, ao saber que Cartola, um dos seus compositores prediletos, também se chamava Agenor. 

“Não sou um poeta aleatório, e, depois como bom filho da Tropicália, não consigo admitir a barreira que as pessoas traçam para distinguir o que é e o que não deixa de ser MPB''. (Depoimento ano de 1987)

Nascido a 4 de abril de 1958, no Rio de Janeiro, Cazuza foi criado em Ipanema, habituado à praia. Os pais - ele, divulgador da gravadora Odeon; ela, costureira - não eram ricos mas o matricularam numa escola cara, o colégio Santo Inácio, dos padres jesuítas. Como às vezes tinham que sair à noite, o filho único se apegou à companhia da avó materna, Alice. Quieto e solitário, foi um menino bem-comportado na infância. 

Na adolescência, porém, o gênio rebelde do futuro roqueiro se manifestaria. Cazuza terminou o ginásio e o segundo grau a duras penas, e, depois de prestar vestibular para Comunicação, só porque o pai lhe prometera um carro, desistiu do curso em menos de um mês de aula. Já vivia então a boemia no Baixo Leblon e o trinômio sexo, drogas e rock 'n' roll. Que ele amasse Jimi Hendrix, Janis Joplin e os Rolling Stones, tudo bem. Mas vir a saber que se drogava e que era bissexual, isso, para a supermãe Lucinha, não foi nada fácil. Assim como não foi, para o pai, ter que livrá-lo de prisões e fichas na polícia, por porte e uso de drogas. 



“A noite é uma opção de vida. Gosto de acordar tarde e dormir com o dia nascendo. Por isso, a música Pro dia nascer feliz é a história da minha vida”. (Depoimento ano de 1984)

João Araújo não queria o filho na vagabundagem e, em 1976, arrumou emprego para ele na gravadora Som Livre, onde já era presidente. Lá, Cazuza trabalhou no departamento artístico, fazendo a primeira triagem de fitas de cantores novos, e na assessoria de imprensa. Depois foi divulgador de artistas na gravadora RGE, e, após sete meses de um curso de fotografia na Universidade de Berkeley, deu alguns passos como fotógrafo. Mas nada disso o satisfazia. 

Graças, contudo, a um outro curso - de teatro, dado pelo ator Perfeito Fortuna (grupo Asdrúbal Trouxe o Trombone) - Cazuza acharia o seu papel. Não seria representar, mas cantar. É que na montagem da peça "Pára-quedas do coração", conclusão do curso, tudo o que ele fez foi soltar a voz, vindo a gostar muito da experiência. Afinal, música ele já respirava desde criança. Em casa mesmo, se acostumara a conviver com a presença de estrelas da MPB que seu pai produzia. Por que não se tornar também uma delas? Só faltava achar a sua turma.

“Quando pintou o Barão eu tinha tudo para não dar certo. Nunca fui cantor, eu gostava de compor."

“Meu trabalho é totalmente intuitivo. Nunca estudei canto, dança, nada… eu sou rouco: eu birito, não tenho nenhum cuidado com a voz. Não faço nenhum exercício. Meu exercício é no palco."

Roberto Frejat, guitarrista; Dé, baixista; Maurício Barros, teclados; Guto Goffi, baterista. Era 1981 e esses garotos precisavam de um vocalista para completar sua banda. Os ensaios aconteciam na casa de um deles no bairro de Rio Comprido, onde um dia apareceu Cazuza, enviado pelo cantor Léo Jaime. Sua voz, era adequadamente berrada para os rocks de garagem que os quatro faziam, agradou muito. Animado, o novo integrante resolveu então mostrar as letras que, na surdina, vinha fazendo havia tempos. Rapidamente o grupo, que se chamava Barão Vermelho e só tocava covers, começou a compor e aprontou um repertório próprio. 


Dos primeiros shows, em pequenos teatros da cidade, ao disco de estréia foi um pulo. No início de 1982 uma fita demo chegou aos ouvidos do produtor Ezequiel Neves, que, entusiasmado, a mostrou a Guto Graça Mello, diretor artístico da Som Livre. Juntos, eles convenceram João Araújo - de início, relutante, na condição de pai do cantor - a lançar a banda. Com uma produção baratíssima, "Barão Vermelho", gravado em dois dias, obteve boa recepção da parte de artistas. Entre estes, um dos maiores ídolos de Cazuza, Caetano Veloso, que incluiu "Todo o Amor Que Houver Nessa Vida" no repertório de seu show e criticou as rádios por não tocarem as músicas do grupo. 

“Eu morro sem o Frejat. É a paixão da minha vida. Quero fazer parceria com ele até morrer”.

"Todo o Amor Que Houver Nessa Vida" (registrada também, mais tarde, por Gal Costa, Caetano Veloso e outros intérpretes) foi um dos destaques de um disco que revelou ainda "Down Em Mim", "Billy Negão" e "Bilhetinho Azul". No repertório predominavam rocks básicos, dançantes e juvenis, mas havia também blues, um gênero com o qual Cazuza se identificava desde que descobrira Janis Joplin. Sobre essas músicas o rouco cantor desfilava letras falando despudorada, escancaradamente de amor, prazer e dor. Ao sair o segundo disco, a reiteração dessas qualidades de estilo repercutiu na imprensa. Alguns críticos não tardaram a identificar ali a influência de mestres da dor-de-cotovelo, como Lupicínio Rodrigues, e da fossa, como Dolores Duran e Maysa - o outro lado da formação musical de Cazuza. 


Bem melhor gravado, "Barão Vermelho 2" foi lançado em julho de 1983. O álbum ainda não seria um sucesso comercial (vendeu cerca de 15 mil cópias, quase o dobro do primeiro), mas manteve o alto nível do repertório anterior, e arregimentou um público maior para a banda com músicas como "Vem comigo", "Carne de pescoço", "Carente profissional" e "Pro Dia Nascer Feliz". Esta última consolidaria a dupla Frejat-Cazuza, tornando-se um grande sucesso no registro feito por Ney Matogrosso, a primeira estrela da MPB a gravá-los. A escalada do grupo nas paradas, contudo, estava prestes a acontecer. 

Se com "Bete Balanço", filme de Lael Rodrigues, o rock brasileiro dos anos 80 chegou às telas de cinema, com a música-título, feita de encomenda para a trilha, o Barão Vermelho chegou ao grande público. Registrada num compacto do início de 1984, a canção estourou, virando um marco no trajeto da banda, que também contracenava no filme. A música acabou incluída no terceiro LP, lançado em setembro daquele ano, para ajudar a sua comercialização. O que talvez nem tivesse sido necessário, pois "Maior Abandonado", impulsionado pela faixa homônima, atingiu em dois meses a marca das 60 mil cópias vendidas, e em seis, das 100 mil. 

“Não sou um poeta aleatório, e, depois como bom filho da Tropicália, não consigo admitir a barreira que as pessoas traçam para distinguir o que é e o que não deixa de ser MPB “.

"Raspas e restos me interessam (...) Mentiras sinceras me interessam", em "Maior Abandonado"; "Você tem exatamente três mil horas/ Pra parar de me beijar (...) Você tem exatamente um segundo/ Pra aprender a me amar", em "Por que a gente é assim?"; "A fome está em toda parte/ Mas a gente come/ Levando a vida na arte", em "Milagres". Com achados como esses, presentes no novo álbum, Cazuza foi ganhando fama de poeta do rock brasileiro. Com muita energia, ele foi superando suas limitações como cantor. Suas atitudes irreverentes e declarações espalhafatosas, fizeram com que aparecesse cada vez mais como artista e personalidade. A princípio, tudo isso só contribuía para chamar a atenção para o grupo todo. Mas... 


Com o sucesso, e , conseqüentemente, com a maior exigência de profissionalismo, as diferenças se ressaltaram. O temperamento irriquieto de Cazuza pouco se adequava a uma agenda cada vez mais sobrecarregada de ensaios e entrevistas. Os desentendimentos foram crescendo. Em janeiro de 1985, o Barão fez uma bem-sucedida participação no festival Rock 'n Rio, abrindo shows para grandes atrações do rock internacional. A continuidade do sucesso, porém, não conseguiu evitar a separação do grupo. Em julho, quando o material para o próximo disco já estava selecionado, a notícia chegou aos jornais: enquanto os outros seguiriam com a banda, sua estrela partiria para uma brilhante carreira solo. 

Poucos dias depois, Cazuza voltava a ser notícia. Tinha sido internado num hospital do Rio com 42 graus de febre. Diagnóstico: infecção bacteriana. O resultado do teste HIV, que ele exigiu fazer, dera negativo. Mas naquela época os exames ainda não eram muito precisos. 

“Estou careta, não bebo, não tomo drogas, não estou mais na noite; estou tratando de mim de um jeito que nenhuma babá trataria. Nunca tinha ido a um médico até os 30 anos… eu não sabia que tinha um corpo e que ele podia falhar um dia”.

Gravado com outros músicos, o álbum "Cazuza" apresentou uma sonoridade mais limpa que a do Barão. Lançado em novembro de 1985, o disco inaugurou a fase individual do cantor e uma série de parcerias. Entre os co-autores das músicas figuraram dois antigos colaboradores: Frejat, que continuou parceiro e amigo de Cazuza, e Ezequiel Neves, outro velho e grande amigo, co-produtor, desde os tempos do Barão, de todos os seus discos. 


Cazuza assinou os maiores hits do novo álbum: em parceria com Ezequiel e Leoni, o rock "Exagerado", emblemático da sua persona romantico-poética, e a balada "Codinome Beija-Flor", com Ezequiel e Reinaldo Arias. Mais dois rocks ficaram notórios. "Medieval II" fixou nas rádios seu auto-irônico refrão ("Será que eu sou medieval?/ Baby, eu me acho um cara tão atual/ Na moda da nova Idade Média/ Na mídia da novidade média"). E "Só As Mães São Felizes", que teve sua execução pública proibida pela censura. Escandalosa ("Você nunca sonhou ser currada por animais? (...) Nem quis comer sua mãe?"), a letra homenageou artistas malditos, como o escritor beat Jack Kerouac, citado no verso-título. 

“O rock já não é uma coisa da qual se possa debochar… A gente está com uma força de palavras, as pessoas estão ouvindo o que o Renato Russo fala, o que o Lobão fala… Por mais que cada um tenha caminhos loucos, eles estão falando. Somos uma geração muito mal informada – não tivemos participação política alguma; estamos chegando aos tropeções. A gente nunca teve ideologia…”


Importante referência literária de Cazuza, ao lado de Clarice Lispector (cujo "A descoberta do mundo" tornou seu livro de cabeceira), Kerouac também teve um poema transcrito na contracapa do disco seguinte. Lançado em março de 1987, "Só se For a Dois" foi o primeiro álbum de Cazuza fora da Som Livre, que resolvera dissolver o seu cast. Disputado por várias gravadoras, ele se transferiu para a Polygram, a conselho do pai. A essa altura, apesar da imagem de artista "louco", sua postura profissional já era outra. O rompimento com o Barão, junto com a liberdade artística que almejara, trouxera também a exigência de mais seriedade. 

"Só se For a Dois" acrescentou novos sucessos à sua carreira, a começar pela canção-título, mas a música que estourou mesmo foi o pop-rock "O nosso amor a gente inventa (estória romântica)". Em seguida ao lançamento, uma turnê nacional mostrou um show mais elaborado que os anteriores, em termos de cenário e iluminação. Cazuza se aprimorava e decolava: seus espetáculos lotavam, suas músicas tocavam e a crítica elogiava seu trabalho. 


A essa época, contudo, ele já sabia que estava com Aids. Antes de estrear o show "Só se For a Dois", tinha adoecido e feito um novo exame. A confirmação da presença do vírus iria transformar sua vida e sua carreira. 

Em outubro de 1987, após uma internação numa clínica do Rio, Cazuza foi levado pelos pais para Boston, nos Estados Unidos. Lá, passou quase dois meses críticos, submetendo-se a um tratamento com AZT. Ao voltar, gravou "Ideologia" no início de 1988, um ano marcado pela estabilização de seu estado de saúde e pela sua definitiva consagração artística. O disco vendeu meio milhão de cópias. Na contracapa, mostrou um Cazuza mais magro por causa da doença, com um lenço disfarçando a perda de cabelo em função dos remédios. No seu conteúdo, um conjunto denso de canções expressou o processo de maturação do artista. 


“Nuca escondi que sou bissexual. A aids não é uma epidemia e ninguém pode deixar de se amar por causa dela. Vamos usar camisinhas! Vamos resistir até que encontrem a cura para essa doença”.

"O meu prazer agora é risco de vida/ Meu sex and drugs não tem nenhum rock 'n' roll", confessava ele, em "Ideologia". E: "Eu vi a cara da morte/ E ela estava viva", em "Boas Novas". Rico e diverso, o repertório trouxe ainda um blues, o "Blues da Piedade", uma canção "meio bossa nova e rock 'n' roll", "Faz Parte do Meu Show", grande sucesso, e o rock-sambão "Brasil", que faria um sucesso ainda maior com Gal Costa. Tema de abertura da novela "Vale tudo", da Rede Globo, "Brasil" fez um comentário social forte sobre o país, com versos como "meu cartão de crédito é uma navalha". No disco, a temática social apareceu também em "Um Trem Para as Estrelas", feita com Gilberto Gil para o filme homônimo de Carlos Diegues. 

Ainda em 1988 Cazuza recebeu o Prêmio Sharp de Música como "melhor cantor pop-rock" e "melhor música pop-rock", com "Preciso Dizer Que Te Amo", composta com Dé e Bebel Gilberto, e lançada por Marina. E apresentou no segundo semestre seu espetáculo mais profissional e bem-sucedido, "Ideologia". Dirigido por Ney Matogrosso, Cazuza buscou valorizar o texto no show, pontuado pela palavra "vida". Substituiu a catarse das performances anteriores por uma postura mais contida no palco. Tal contenção, porém, não o impediu de exprimir sua verve agressiva e escandalosa num episódio que causou polêmica. Cantando no Canecão, no Rio, cuspiu na bandeira nacional que lhe fora atirada por uma fã. 



”De alguma forma me considero brega nas coisas que escrevo. Sou cafona e assumo. Gosto de palavras como ingratidão. Sou meio Augusto dos Anjos: ‘escarra na boca que te beija’”.

O show viajou o Brasil de norte a sul, virou programa especial da Globo e disco. Lançado no início de 1989, "Cazuza ao vivo - o tempo não pára" chegou ao índice de 560 mil cópias vendidas. Reunindo os maiores sucessos do artista, trouxe também duas músicas novas que estouraram: "Vida Louca Vida", de Lobão e Bernardo Vilhena, e "O Tempo Não Pára", de Cazuza e Arnaldo Brandão. Esta - título do trabalho - condensou, numa das letras mais expressivas de Cazuza, a sua condição individual, de quem lutava para se manter vivo, com a do povo brasileiro. 

Foi pouco depois do lançamento do álbum que ele reconheceu publicamente que estava com Aids, sendo a primeira personalidade brasileira a fazê-lo. Era então notória -e notável - a sua afirmação de vida. À medida que seu estado piorava, ao contrário de se deixar esmorecer ante a perspectiva do inevitável, Cazuza, ciente do pouco tempo que lhe restava, passou a trabalhar o mais que podia. Entrou num processo compulsivo de composição e gravou, de fevereiro a junho de 1989, numa cadeira de rodas, o álbum duplo "Burguesia", que seria seu derradeiro registro discográfico em vida. 


“Depois que eu vi a cara da morte eu mudei muito em coisas assim palpáveis, como perder o medo de andar de avião, mas no básico eu continuo o mesmo. Não é que eu não tenha mais medo de morrer, é que eu gosto tanto de estar vivo que acho que vai ser um desperdício morrer”.

O trabalho seguiu um conceito dual - num dos discos, de embalagem azul, prevalecia o gênero rock; no outro, de capa amarela, MPB. Entre as suas últimas novidades, com a voz nitidamente enfraquecida, Cazuza apresentou clássicos de outros autores (como Antonio Maria, Caetano Veloso e Rita Lee) e duas músicas feitas com novas parceiras, Rita Lee e Ângela Rô Rô. A canção-título, com uma letra extensa atacando os valores da classe burguesa, chegou a ser tocada nas rádios, mas o álbum não obteve sucesso comercial e foi recebido discretamente pela crítica. 



“Uma coisa é certa: morrer não dói. Eu estive perto dela e é prazeroso, não dói”.

Em outubro de 1989, depois de quatro meses seguindo um tratamento alternativo em São Paulo, Cazuza viajou novamente para Boston, onde ficou internado até março do ano seguinte. Seu estado já era muito delicado e, àquela altura, não havia muito mais o que fazer. Foi assim que ele morreu, pouco depois - a 7 de julho de 1990. O enterro aconteceu no cemitério São João Batista, no Rio de Janeiro. Sua sepultura está localizada próxima às de astros da música brasileira como Carmen Miranda, Ary Barroso, Francisco Alves e Clara Nunes. 



Fonte: Cazuza.com.br


Projetos e ONG's:

Sociedade Viva Cazuza


Sociedade Viva Cazuza é uma ONG brasileira, criada pelos pais do cantor Cazuza após sua morte, em 1990. A organização tem como intenção proporcionar uma vida melhor à crianças soropositivas através de assistência à saúde, educação e lazer. A Sociedade Viva Cazuza foi fundada em 1990, por Maria Lúcia Araújo, conhecida também por Lucinha Araújo e João Araújo, pais de Cazuza, amigos e médicos que decidiram dar continuidade à sua luta contra o HIV/AIDS.

Projeto Cazuza

Projeto Cazuza, inaugurado em junho de 1997, é um espaço dentro da Sociedade Viva Cazuza que abriga o acervo do poeta e compositor Cazuza. Seu acervo inclui fotos, vídeos, matérias de jornais, todos os seus CD's e LP's, manuscritos originais, máquinas de escrever, posters e roupas usadas pelo cantor em seu último show. O Projeto Cazuza está aberto de segunda a sexta em horário comercial.

Cinema:

Cazuza – O Tempo não Para



Cazuza – O Tempo não Para é um filme brasileiro de 2004, do gênero drama biográfico, dirigido por Sandra Werneck e Walter Carvalho, e com roteiro baseado na vida do cantor e compositor Cazuza.

O roteiro foi escrito por Fernando Bonassi e Victor Navas, é baseado no livro Cazuza, Só As Mães São Felizes, escrito pela mãe do cantor,Lucinha Araújo, e pela jornalista Regina Echeverria.

O filme retrata a vida do compositor e cantor Cazuza desde quando começou a carreira, atuando na peça Pára-quedas do Coração, no Circo Voador, o sucesso com o Barão Vermelho e sua carreira solo até sua morte em 1990, em decorrência de complicações causadas pela AIDS.

Teatro:

Cazuza – Pro Dia Nascer Feliz, O Musical





E assim, uma das trajetórias mais impressionantes da música brasileira é recriada pela primeira vez nos palcos. Aliás, nada mais oportuno, num momento em que se reascende no país, como poucas vezes se viu, articulações e movimentos em torno da ética, de transparência pública, de honestidade em diversos planos, de dignidade. “Não sei quem foi o ufanista que jogou essa bandeira. É uma pessoa louca, porque o Brasil não está em condições de receber manifestações como essa. Inflação de 900%, um monte de denúncias de irregularidades, fora o assassinato do Chico Mendes. Eu estou é triste! Desiludido!”, disse Cazuza para mãe, após cuspir na bandeira pátria durante um show em composições de Cazuza que ele nunca chegou a gravar, como ‘Malandragem’, ‘Poema’ e ‘Mais Feliz’.

Elenco: Emilio Dantas, Osmar Silveira ou Bruno Narchi como Cazuza. Susana Ribeiro, Marcelo Várzea, André Dias, Fabiano Medeiros , Yasmin Gomlevsky, Thiago Machado, , Bruno Fraga, Diego Montez, Saulo Segreto, Dezo Mota, Sheila Matos, Juliane Bodini e Oscar Fabião completam a escalação. Dando vida a nomes como Lucinha e João Araújo , Ney Matogrosso, Bebel Gilberto, Frejat, Caetano Veloso, Dé Palmeira, entre vários outros personagens que gravitaram no universo de Cazuza.

Vídeos da trajetória do Poeta: 

A morte no Jornal Nacional em 1990












Show Completo de Cazuza no Canecão (1988)


Cazuza - Especial TV Machete (1990)


Entrevista Cazuza - Jô Soares (1988)



 

Depois de uma primeira semana fraca e um aumento na segunda semana, "Em Família" voltou a ter queda de audiência em sua terceira semana, registrando os mesmos 30 pontos da semana de estreia. Enquanto "Além do Horizonte" e "Joia Rara" não tem grande mudança, mas permanecem na casa dos 20 pontos. A inversão de horários na Globo fez efeito no primeiro dia e se estabilizou nos demais. A reprise de "Caras e Bocas" aumentou dois dígitos em relação ao que marcava, mas parece que não impulsionou a programação noturna, que continua enfrentando grandes problemas em relação a audiência, inclusive a atual temporada de "Malhação" que as vezes é superada pela reprise da trama de Walcyr Carrasco.

"Pecado Mortal" é fracasso retumbante. A trama continua registrando menos que "Máscaras", até então o maior pesadelo da emissora. Parece que Carlos Lombardi não teve muita sorte em sua estreia na Record... 

E no SBT, depois de uma fase morna, "Chiquititas" volta a marcar ótimos índices de audiência para a emissora de Silvio Santos.




"Em Família" e "Além do Horizonte" tem reação no ibope; "Pecado Mortal" é o maior fracasso da Record

 

As novelas entre o dia 10 até 15/02 tiveram uma leve reação no ibope. A segunda semana de "Em Família" teve um aumento de três pontos em comparação à primeira e "Além do Horizonte" conseguiu fechar na casa dos 20 pontos, coisa rara. A única que não demonstra reação é a trama das seis, "Joia Rara". Após o sucesso de "Cordel Encantado", parece que as autoras não conseguiram fisgar o público novamente. 

Na Record, "Pecado Mortal" continua em baixa e apresenta uma média inferior até mesmo que "Máscaras", até então vista como o maior fracasso da emissora. E "Chiquititas" no SBT, conseguiu voltar aos dois dígitos depois de algumas semanas na casa dos 8/9 pontos.

Confira o gráfico com as audiências da semana:


"Em Família'' tem um texto espetacular, uma direção impecável e um conjunto de obra maravilhoso

 


Há duas semanas estreou “Em Família”, a nova novela das nove da Rede Globo. Para os amantes da teledramaturgia e viciados em novelões clássicos, a volta de Manoel Carlos era uma felicidade. Agora para os amantes de histórias atuais, com assassinatos, vilões arrebatadores com boa dose de maldade mexicana, a volta do autor é uma lástima. Só que para a nossa surpresa, depois de duas tramas fracas, “Páginas da Vida” e “Viver a Vida”, Manoel Carlos volta com uma trama redonda, onde vemos um pouquinho de cada história que escreveu. Com três fases, a segunda tendo seu fim antecipado por conta dos números baixos de audiência, o autor nos apresenta um novelão, com barracos e assuntos que vão dar o que falar.

A novela melhora a cada capítulo que passa e isso desde os dois últimos capítulos da segunda fase, onde a direção decidiu antecipar o início da terceira. Gabriel Braga Nunes está ótimo como Laerte e Julia Lemmertz está ótima como a última Helena do autor. Mas quem está roubando a cena é Vanessa Gerbelli, que está de volta a emissora, especialmente para a trama, já que o autor resolveu colocar os nomes que se destacaram em suas novelas anteriores. A atriz está interpretando uma mulher obcecada pela filha da empregada, já que nunca conseguiu levar uma gravidez até o fim, torcendo até, para a mãe da menina morra já que sofreu um acidente.

São vários os destaques da trama, mas o bom mesmo é ver Manoel Carlos nos presentear com uma trama clássica, sem perder sua essência e ainda com um ritmo ágil, que prende o telespectador e conquista. A novela ainda nem apresentou todos os personagens e já está em ascensão. Sua audiência aumenta a cada capítulo. Sorte ao autor, aos atores maravilhosos e a direção. “Em Família” tem um texto espetacular, uma direção impecável e um conjunto de obra maravilhoso. Que continue assim pelos próximos sete meses. Amém!

Toda carga dramática de Bárbara Paz você encontra em ''Hell''

Eu sou uma puta, uma putinha. Daquelas mais insuportáveis, da pior espécie. Meu credo: 'Seja bela e consumista'”. 

E é assim que se inicia a peça “Hell”. Bárbara Paz interpreta uma mulher que vive nas noite de Paris, se drogando, transando, e durante o dia andando entre as vitrines, gastando com bolsas, sapatos que talvez nunca sejam usados. Se apaixonou por um homem de quem engravidou e abortou, e esse homem morreu em seus braços. Amou um homem que usava as mulheres, Andrea, interpretado por André Bankoff, o único que a fez mudar durante seis meses. Seis meses sem drogas, sem noites, apenas fumando “Malboro Light”, como ela mesmo diz. Durante seis meses foi feliz ao lado dele, até voltar para a antiga vida, a única diferença é que agora ele estava ao lado dela – até certo ponto.

Um roteiro de primeira que prende desde o primeiro minuto e atuações incríveis, que nos faziam arrepiar todos os cabelos do corpo. No palco você não vê Bárbara Paz. Você vê, Hell. Uma mulher fútil e infeliz, que perde os dois únicos homens com quem se envolveu com sentimento. André Bankoff, não ficou atrás, porém, teve momentos que suas falas eram muito baixas, mas não comprometeu a obra final que foi essa peça.

No final, vimos um teatro cheio de pessoas aplaudindo de pé aqueles dois atores. Mais que merecido. Que durante uma hora e meia aproximadamente, nos fizeram viajar num mundo de luxúria e orgasmos.

“Ele morreu e mais nada faz sentido pra mim. Encaro o futuro como uma eternidade de provações e fastio. Minha covardia me impede de pôr fim aos meus dias. Vou continuar a sair, a cheirar, a beber e a perseguir os babacas. Até que eu morra. A humanidade sofre. E eu sofro com ela."

E apagam-se as luzes!



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