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Com a casa cheia, Luísa Sonza agita Porto Alegre, mas peca na cenografia em ‘Escândalo Íntimo'

 (Foto: Reprodução / Instagram)

A nova fase da turnê “Escândalo Íntimo”, de Luísa Sonza, fez sua estreia em Porto Alegre, e o show no Pepsi On Stage, lotado de fãs fervorosos, mostrou o poder da cantora em sua terra natal. A gaúcha fez questão de honrar suas raízes durante o espetáculo, deixando sua marca com uma poderosa performance vocal em músicas como “Onde é que deu errado” e “Iguaria”, a última dedicada aos fãs que a acompanham com fidelidade ao longo dos anos.

A apresentação também foi um prato cheio para quem esperava os grandes hits, as famosas “farofas” que animam o público e transformam o ambiente em uma grande festa. Logo no início do show, a energia foi elevada com canções como “A Dona Aranha”, "Luísa Manequim", "TOMA" e “ANACONDA”, fazendo todos cantarem e dançarem a plenos pulmões.


Se há algo que poderia ser aprimorado, seria o palco. O tamanho de Luísa Sonza, como artista, pede uma estrutura mais impactante, que valorize ainda mais suas performances. Um exemplo de artista que também está no topo atualmente é Jão, que investe pesado na cenografia, criando espetáculos visualmente memoráveis. Já Luísa parece não priorizar tanto essa parte, o que acaba deixando o palco com menos destaque do que sua presença e voz merecem.


Apesar disso, “Escândalo Íntimo” é um sucesso entre o público, mostrando que, com ou sem uma cenografia mais elaborada, o talento e a energia de Luísa Sonza são suficientes para garantir uma noite inesquecível.

Fresno resgata o hardcore e emociona em “Eu Nunca Fui Embora, Parte 2”

 


O novo álbum da Fresno, “Eu Nunca Fui Embora, Parte 2”, chega com seis faixas inéditas que trazem à tona a essência da banda, remetendo aos seus primeiros anos, especialmente com a volta marcante do hardcore. Esse retorno às raízes se faz presente em várias faixas, resgatando o som visceral e enérgico que conquistou os fãs no início da carreira. É uma demonstração clara de que, mesmo evoluindo, a Fresno mantém viva a essência que moldou sua trajetória.

Entre os destaques está "Diga Parte Final", uma colaboração emocionante com Filipe Catto, cuja voz potente eleva ainda mais a intensidade da música. A combinação das vozes de Catto e Lucas Silveira cria uma atmosfera densa e poderosa, tornando essa parceria uma das grandes surpresas do álbum.

Outra faixa que merece atenção é "Se eu for eu vou com você", resultado de uma parceria com o NX Zero. A canção é uma celebração do encontro de duas das maiores bandas do rock nacional, com uma sonoridade que equilibra peso e melodia, lembrando os melhores momentos do emocore brasileiro.

O álbum fecha de maneira impecável com "Canção pra quando o mundo acabar", uma daquelas músicas que tocam a alma, característica que Lucas Silveira sabe fazer como ninguém. É uma faixa carregada de emoção, que reflete sobre os tempos incertos e, ao mesmo tempo, oferece um sentimento de esperança. O álbum, como um todo, reafirma que a Fresno continua relevante e capaz de surpreender a cada novo lançamento.

Quente, “Astro” de Pedro Sampaio deve dominar as paradas no verão

 


NOTA: 4/5

O álbum “ASTRO" de Pedro Sampaio chega com a promessa de dominar as playlists do verão. Com produções impecáveis e uma mistura de ritmos que vai do funk ao pop, Pedro se consolida como um dos maiores hitmakers da música brasileira. Cada faixa parece pensada para incendiar as pistas e embalar as festas da estação mais quente do ano.

Uma das grandes novidades do projeto é a nova parceria com Luísa Sonza, que se mostrou tão poderosa quanto o sucesso anterior dos dois artistas. A química entre eles é inegável, e a faixa se destaca como uma das melhores do álbum, com uma batida envolvente e um refrão que gruda na cabeça.

“ASTRO” também surpreende ao apresentar um lado mais introspectivo de Pedro Sampaio em faixas como “Prece” e “Minha Vida”, que fecha o álbum de forma inesperadamente emocional. Essas músicas trazem uma sonoridade mais intimista, revelando um Pedro mais vulnerável e pessoal, sem perder a qualidade de produção que permeia todo o projeto.

Pedro Sampaio prova, mais uma vez, que sabe como criar hits cativantes, mas “ASTRO” também mostra que ele é capaz de entregar momentos de reflexão e profundidade. Com essa combinação, o álbum se torna a trilha sonora perfeita para quem quer aproveitar o verão com energia, diversão e um toque de introspecção.

"Setevidas", quarto álbum de Pitty, completa 10 anos

Em 3 de junho de 2014, há exatos 10 anos, Pitty lançava "Setevidas", seu quarto álbum de estúdio. Na época, a artista voltava com um trabalho inédito após mais de quatro anos sem trabalho inédito. 

"Tô muito apaixonada pelo disco, meio boba ainda", confessou ela na época. "Na real, é um disco muito doído. Mas um disco de resiliência também", pontua, em referência ao ano de 2013 que, nas palavras de Pitty, foi complicado, marcado por fortes processos de transição.

"Muita coisa morreu, muita coisa renasceu e esse processo é dolorido. Foram muitas situações de superação, pessoais e externas. Tem uma coisa de alquimia, de que, pra se transformar em ouro, tem que passar por outras fases", reflete. "Mas é um dia de cada vez e tá todo mundo feliz e realizado em relação ao disco".

Dentre os acontecimentos que balançaram a cantora na época, a morte do músico Peu Souza, seu amigo desde a adolescência e com quem tocou no início da carreira, e a turbulenta saída do baixista Joe da banda, com direito a processo judicial.

Produzido por Rafael Ramos, "Setevidas" foi gestado de uma maneira diferente dos álbuns anteriores. Com uma pré-produção bem feita, só chegou ao estúdio para gravar quando as canções estavam fechadas. Foi tudo gravado ao vivo, "olho no olho", sem quaisquer artifícios.

O projeto é composto por 10 faixas que são: Pouco, Deixa Ela Entrar, Pequena Morte, Um Leão, Lado de Lá, Olho Calmo, Boca Aberta, A Massa, Setevidas e Serpente.

Jão atinge o ápice de sua carreira - até aqui - com a "SUPERTURNÊ"

Foto do show da "SUPERTURNÊ" em São Paulo/SP.

Vou em shows do Jão desde a primeira turnê, quando estive em Porto Alegre para vê-lo a primeira vez durante a passagem da "Turnê Lobos" pelo estado do RS. 

No último sábado, tive uma experiência surpreendente ao assistir ao espetáculo "SUPERTURNÊ" em Florianópolis, realizado na prestigiosa Arena Opus. Da mesma forma que ocorreu na turnê anterior, a plateia apresentava uma mistura de jovens e adultos. Todos eles, independentemente da idade, estavam ali unidos por uma única razão: prestigiar o Jão.

Ao adentrar o palco, percebi que não era mais o mesmo artista das turnês anteriores, uma evolução que se tornou evidente em cada apresentação que presenciei. A "SUPERTURNÊ" representa o auge da carreira de Jão até o momento. O cenário, as luzes, as mudanças de figurino, os efeitos especiais, a setlist meticulosamente planejada e a banda extraordinária, todos em perfeita harmonia com o artista.

João amadureceu e é visível o quanto ele se sente confortável em um palco. A lista de músicas, englobando todas as etapas de sua carreira, garante que o público esteja sempre a cantar. As canções abordam temas como amor, liberdade, sexualidade e até mesmo uma pitada de tristeza. 

Também é importante mencionar que a produção foiextremamente pontual, tanto na abertura dos portões quanto no início do show. Ademais, membros da produção estavam constantemente distribuindo água, tanto na fila quanto dentro do evento após os portões abrirem.

Em determinado momento, Jão falou que trabalhava duro pra retribuir com o melhor para o seu público, e de fato, a "SUPERTURNÊ" é o melhor que ele já fez até aqui.

NOTA: 5,0/5

Sem ressentimento, Gustavo Goulart fecha ciclo com "Amada", seu novo single


Gustavo Goulart teve que interromper a promoção e gravação de suas músicas após receber um diagnóstico de câncer, enfrentando uma batalha desde então. Apesar de acompanhar sua jornada há algum tempo, o foco deste texto não será sobre o que a doença lhe arrebatou. Em vez disso, iremos abordar o início de uma nova etapa. Este texto é sobre um sonho e o sonhador que dá o primeiro passo para este novo capítulo com "Amada", seu mais recente single. 

"Amada" é, na minha interpretação, uma música que explora uma relação de amizade, que se mostrou frágil diante da nova realidade daquele que canta. Os dramas românticos da pessoa "amiga" persistem, enquanto o narrador está engajado em uma luta muito maior. Como é característico, Gustavo não se contém na utilização de palavras, apresentando um tema recorrente em suas composições: as transformações na segunda metade da letra, que costumam concluir a história narrada de uma maneira bastante singular. 

A canção, composta pelo próprio Gustavo, adquire uma profundidade maior quando compreendemos o conteúdo de seus versos, como em "E as minhas veias estourando pelo inferno desse tratamento", revelam a luta que ele enfrenta. Além disso, ele também expressa o sentimento de solidão em versos como "Vem/ Também estou precisando desse teu entendimento/ Ah, tudo bem/ Se já dormiu, então em outra hora eu comento...", onde a gente entende que a atenção nessa relação não é recíproca. 

AVALIAÇÃO: 5,0/5


"Amada" é o primeiro single do seu novo álbum — que deve ser lançado em breve. Ouça:

Pronta pra desagradar, Manu Gavassi foge do padrão com singles avulsos

Em dezembro, Manu Gavassi lançou o primeiro de quatro curtas-metragens. Este, uma crítica sagaz ao mercado atual, ganhou popularidade ao alcançar mais de 25 milhões de visualizações. Ficou entendido que, posteriormente, seriam lançados mais três vídeos, agora acompanhados de músicas.

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"Pronta pra Desagradar" reflete sobre como ela se tornou mais resistente às críticas do que antes. O vídeo complementa esta narrativa, incorporando elementos no roteiro que reforçam a mensagem de Gavassi. Notavelmente, apresenta todas as críticas que realmente surgiram nas redes sociais, dando ainda mais força à sua assertividade . 

"Sexo, Poder e Arte" é o segundo curta-metragem e a segunda faixa inédita de Manu Gavassi, que também é a única compositora da obra. Esta pode ser considerada a sua composição mais audaciosa desde que se tornou conhecida em 2010, cantando músicas de Taylor Swift. O curta conta com a participação de Pathy Dejesus e Letícia Colin, e aborda a erotização do corpo feminino em busca de visibilidade e números na mídia. Durante os mais de quatro minutos de música, Gavassi canta "Ser subestimada é meu nome/ E eu sumo só pra fama não sugar todo o meu poder/ Se eu sou um grande sucesso, um grande fracasso, não sei dizer/ O meu valor, em números, vem me enlouquecer...". Apesar de já ter demonstrado em lançamentos anteriores que evoluiu além da cantora que entoava clichês, é nesse momento que ela desmantela qualquer argumento de críticos. 

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Para concluir, "31" mantém o brilhantismo das faixas precedentes e finaliza este projeto, composto por quatro curtas e três canções inéditas, de maneira magistral. A melodia aborda o processo de amadurecimento e o quanto isso beneficiou a artista, sem, contudo, romantizar o tema. Também discute inseguranças e a dicotomia entre o discurso de liberdade de nossa geração e a realidade vivenciada. Em "31", Manu Gavassi apenas reafirma seu lugar como uma das principais compositoras da atualidade. Mesmo sendo uma artista pop, ela não se deixa iludir pelos números e produz a arte necessária para manter sua carreira, sem contrariar seus princípios.

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AVALIAÇÃO: 5,0/5

OBS: 
Músicas compostas por Manu Gavassi.
Vídeos dirigidos e roteirizados por Manu Gavassi.

Com letras autobiográficas, Wanessa Camargo lança o ótimo álbum "Livre"


Wanessa Camargo está de volta!

A artista que marcou uma geração com as suas músicas românticas e dançantes, lançou, em dezembro, seu álbum LIVRE. Trazendo faixas autobiográficas sobre tudo o que viveu nos últimos anos, Wanessa nos entregou faixas que abusam de todas as vertentes que ela já mostrou ao longo da carreira. 

No projeto, que foi lançado em três atos, a artista conta uma história de liberdade e autoconhecimento. "Lua Cheia", "Livre" e "Não Devo Nada" são alguns destaques dançantes do álbum, enquanto "Parte de Mim" e "Quem Sou Eu" apresentam melodias mais dramáticas, e que a própria artista diz ser sobre o processo de divórcio. 

LIVRE é um álbum coeso e muito bem produzido. Após o irregular "33" (2018), a artista já mostrava tomar as rédeas da carreira em "Universo Invertido", ótimo álbum lançado em 2021, e agora parece ter se reencontrado de vez na música.

NOTA: 5,0/5

"Pronta pra Desagradar" é mais um incrível trabalho de Manu Gavassi


Roteirizado pela própria Manu Gavassi, a artista parou a internet ao lançar um curta que serviu como teaser para o seu novo projeto. 

Composto por três clipes que também podem ser chamados de curtas, a artista lançou o primeiro que possui quase 12 minutos e fala sobre toda a crítica que recebe na internet — principalmente no twitter.

Com a participação de grandes nomes, a artista conseguiu traduzir perfeitamente a realidade das redes sociais que virou um lugar tóxico. 

“Pronta Pra Desagradar” é composta por Manu Gavassi, e foi produzida pela própria junto de Lucas Silveira e Thiago Abrahão. A faixa mostra um grande amadurecimento da artista e é uma das melhores composições de sua carreira. 

Com pouco mais de três minutos, a artista canta para aqueles que criticam tudo o que ela faz. O curta com mais de 15 minutos foi tão certeiro que comentários ditos por um personagem podem ser lidos iguais no twitter. Ou seja, a artista sabe muito bem o que virou as redes sociais, e usou a sua arte para fazer uma crítica muito bem feita.

NOTA: 5,0/5


Sandy lança o fino registro ao vivo do projeto 'Nós, Voz, Eles'


Projeto de Sandy que misturou música e vídeo com a web-série no youtube, "Nós Voz Eles' ganhou um novo volume em 2022 com mais seis faixas inéditas.

E não parou por ai... um novo capítulo foi escrito no final de 2022 com o registro ao vivo do "Nós, Voz, Eles'', com um show exclusivo. Maria Gadú, Vitor Kley, Melim, Anavitória, Amaro Freitas, Wanessa Camargo, Thiaguinho, Iza, Xororó, Agnes Nunes, OutroEu e Lucas Lima foram os artistas que subiram no palco para cantar com Sandy.

O repertório é basicamente todo autoral, exceto pela gravação de "Meu Disfarce", faixa de Chitãozinho e Xororó que gravou ao lado de seu pai no primeiro volume do projeto. E nada de sucessos como "Pés Cansados" ou faixas de Sandy e Junior, o registro focou realmente no repertório do "Nós, Voz, Eles" e algumas surpresas, como a releitura de "Lugar ao Sol", de Charlie Brown Jr e "Universo Reduzido", faixa que lançou na época da pandemia. 

"Nós, Voz, Eles - Ao Vivo" é realmente um presente aos fãs da cantora. O áudio ficou fiel ao que ouvimos ao vivo, e momentos como as performances de "Tudo Teu" com Vitor Kley, "Amor Não Testado" com Amaro Freitas, "De Cada Vez" com Agnes Nunes, "Leve" com Wanessa Camargo e "Universo Reduzido" fazem esse projeto ser um dos melhores de sua discografia. 

A única coisa que prejudicou um pouco da experiência foi o fato de Sandy se prender ao roteiro. Toda vez que ela vai falar sobre o convidado após a participação, soa robótica e é nítida a leitura. Ela poderia ter usado um pouco do seu lado atriz pra ter decorado as falas e olhar para os convidados nesse momento. Falo isso como fã já que foi algo que me incomodou também na gravação, por tanto, não chega a ser algo que prejudique o projeto.

NOTA: 4,0/5

Sandy está mais solta do que nunca em turnê 'Nós Voz Eles 2'

AVALIAÇÃO: ***** // 5.0

Desde 2013 acompanho todas as turnês de Sandy pelo Brasil, e posso dizer com todo o respeito aos shows anteriores que não deixaram de ser inesquecíveis: é na atual turnê que Sandy se permite mais e está mais solta do que nunca no palco. 

A turnê 'Nós, VOZ, Eles 2' passou por Curitiba no último sábado (24), e com uma setlist repleta de hits da carreira solo e faixas do seu mais recente álbum, segundo volume do projeto de mesmo nome da turnê, a artista mostrou estar muito animada e emocionada com esse recomeço após a pandemia da COVID-19.

Como eu falei, diferente das turnês anteriores, Sandy se permite sair do roteiro, conversar com o público, fazer trend para o Instagram e proporcionar o que é a sua melhor turnê desde o fim da Meu Canto, outro ponto muito alto na carreira solo da artista. 

Os pontos mais altos do show foram em faixas como a releitura de Lugar ao Sol, música de Charlie Brown JrUniverso Reduzido, canção que Sandy escreveu sobre a pandemia e lançou no final do ano passado; Leve, faixa em parceria com Wanessa Camargo; Tudo Teu, faixa linda que canta com Vitor Kley; Eu Só Preciso Ser, faixa do primeiro volume do projeto; De Cada Vez, presente em seu mais recente projeto e é um dueto com Agnes Nunes. No show, o público fez uma homenagem, levantando balões brancos e iluminando com a lanterna do celular, para homenagear Paty Kisser, amiga e madrinha de Theo, filho da Sandy, que faleceu há alguns meses. Nesse momento, Sandy não segurou as lágrimas. 

Pela primeira vez, Sandy deixa sua poltrona de lado e senta apenas para interpretar Grito Mudo, ao lado de João Milliet e sua guitarra. Assim como diz sua nova música, Sandy estava leve e o público, ao longo das quase duas horas de show, vidrado em sua performance sem defeitos.

Manu Gavassi reforça o título de artista com a turnê 'Eu Só Queria Ser Normal'

Foto: @jurandirmmarques



AVALIAÇÃO: ***** // 5.0

Sou fã de Manu Gavassi desde que meu celular cabiam duas faixas em MP3 e elas eram "Quatro Notas" e "Planos Impossíveis". Sim, isso faz mais de doze anos. Tanto depois continuei acompanhando a artista e vibrando com todas as suas fases, mas foi há três dias que eu vi o amor de fã se multiplicar e sentir a força dessa mulher ao vivo em cima de um palco fazendo o que ela tanto teve medo - ser cantora. 

Desde o setlist que vai de sucessos como "Planos Impossíveis" e "Garoto Errado", até faixas mais recentes como "Eu Nunca Fui Tão Sozinha Assim" e a belíssima "GRACINHA", que também o título de seu álbum visual lançado no final de 2021.

Ao começar pela voz de Manu, mais madura e muito mais segura de si, assim como todo o palco e o jogo de luzes, que fazem a experiência ser única. As mudanças em algumas músicas já conhecidas, como a versão mais rock de "Planos Impossíveis" fazem tudo parecer novidade. O roteiro não é óbvio e apresenta surpresas - como um áudio de Rita Lee durante 'Bossa Nossa'. Manu estava brilhando mais do que o normal - e o público vibrando. 

"Eu Só Queria Ser Normal" me fez renovar as energias e sair de lá com a alma lavada. Cumpriu o papel de entreter, emocionar e nos fazer se apaixonar ainda mais pelas canções de Manu Gavassi.



Com casa lotada em Porto Alegre, Jão entrega show energético e caminha para se tornar um dos maiores artistas de sua geração

 


Jão está em sua terceira turnê e é nítida a mudança para quem acompanhou as duas anteriores e teve a experiência de ir na atual, onde ele canta sucessos e todas as faixas de seu terceiro álbum de estúdio que leva o mesmo nome do show.

O público bem diversificado lotou o Auditório Araújo Vianna, em Porto Alegre, no último dia 13 para assistir ao cantor e sua banda fazer um show energético – uma verdadeira festa. E não foi só o público que mudou, Jão também está mais livre do que nunca, dominando o palco e fazendo com que as mais de 4 mil pessoas saíssem de lá de alma lavada – e um pouco roucas.

Pirata tem grandes momentos, a abertura com Clarão, Me Beija com Raiva, faixa do primeiro álbum, Lobos, o momento mais intimista com Você Me perdeu, a dobradinha entre Ainda Te Amo e Não Te Amo, Olhos Vermelhos e Idiota, hit viral que fez Jão chegar em mais pessoas com esse trabalho. Outro ponto positivo foi a maior interação do artista com a banda.

Se eu fosse citar um ponto negativo, que nem é um ponto na verdade, é algo de fã que sempre quer um pouco mais, é que o artista tivesse lembrado com mais carinho do Anti-Herói, seu segundo álbum, na escolha do setlist. O projeto fica quase esquecido, tendo apenas 3 faixas ao longo do show.

Enfim, a turnê Pirata marca mais uma fase da carreira de Jão, que caminha para o grande êxito. Seus projetos em estúdio – cada vez melhores – são apenas o primeiro passo para a grande experiência que é assistir o artista em cima do palco.   

Sandy lança 'Universo Reduzido', faixa em que canta sobre a angústia vivida nos últimos meses

 


“... Eu vi centenas de céus abertos, fechados, indecisos/ Vi tormentas e eclipses/ Verão, inverno, outono, primavera da janela/ Do meu universo reduzido...”, esses são alguns dos versos de Universo Reduzido, faixa que Sandy lançou na última sexta após três anos sem música inédita.

A faixa sai um pouco do habitual tema romântico que já faz parte da identidade da artista em sua carreira solo. Universo Reduzido é uma faixa introspectiva, mostra uma Sandy madura e segura do que está falando, mostrando sua vulnerabilidade em tempos difíceis, mas acreditando que dias melhores estão por vir.

O trabalho apresenta uma das composições mais belas de sua discografia solo, e mostra que ela pode ir muito além sem perder sua essência. Universo Reduzido, arrisco dizer, ser o momento mais maduro de sua carreira solo. O clipe, incrível, emociona pela performance e referências - a artista ainda faz uma bela homenagem para Zelda, sua cachorrinha que faleceu há algumas semanas, e que estava na família há 12 anos.

Ou seja, a faixa intensa, traz o peso desses últimos dois anos para Sandy. Como ela lidou com a pandemia e mais alguns sofrimentos que foram surgindo. Assim como em outros trabalhos, ela mostrou sua verdade em um trabalho onde tudo funciona, mostrando ser uma das maiores artistas desse país. Agora, aguardo ansioso pelo que vem por aí, já que há sempre uma surpresa – positiva - no caminho.

NOTA: ★★★★★ (5)

'GRACINHA' é o resultado de uma Manu Gavassi mais livre do que nunca


GRACINHA é o novo álbum de Manu Gavassi e deve soar estranho para muitos em uma primeira ouvida. Com um pop melancólico chique, o novo trabalho chega para marcar uma nova fase da carreira da artista que se mostra mais livre do que nunca. 

Com nove faixas, o quarto álbum de estúdio vem com uma proposta completamente diferente dos trabalhos anteriores. Talvez por todo o crescimento pessoal que Manu teve nesses últimos anos, ela se desprende de qualquer expectativa do público e lança seu projeto mais ousado e diferente. 

Ser ousado e diferente não tira o mérito de grandes projetos que a artista lançou anteriormente, como os dois últimos EPs, que é como se fossem os irmãos mais novos desse álbum e fizeram parte do caminho até aqui. Hoje faz todo o sentido Eu nunca fui tão sozinha assim ter sido lançada primeiro, já que ele traduz muito bem o álbum e as emoções que Manu sentiu no processo - como evidencia em outras faixas.

O pop alternativo de Bossa Nova e sua letra debochada, são características muito fortes desse álbum, e a faixa é um dos pontos altos do projeto, e a produção caprichada de Lucas Silveira faz a experiência ser ainda mais incrível. Quem não entendeu a referência da letra que diz "Você se leva a sério demais"? A frase foi dita por Tiago em um dos discursos para a artista em sua passagem pelo BBB, sem contar em outras frases como em "Não sei cantar, mas faço disso um compromisso/ Misturo tudo que você não gosta/ Não leve a mal/ Quando eu morrer quem sabe eu viro genial...", uma certa forma de colocar suas inseguranças em música, e também uma resposta aos haters, que adoram atacar o trabalho alheio na internet sem muito fundamento. Diferente de Bossa Nova, GRACINHA, título do álbum, volta ao pop melancólico, mas com um discurso muito forte e intenso também, e a participação de Tim Bernardes e Amaro Freitas também fazem toda a diferença. 

Gracinha não é o que muitos esperavam, mas pode se dizer que é um dos trabalhos mais inspirados e coerentes de Manu, que é muito mais perspicaz e original quando ouve seu coração e canta sua verdade.

NOTA: 4/5 

Gustavo Goulart se prepara para lançar Lugares Perigosos, seu melhor projeto até hoje


Artista: Gustavo Goulart
Single: Lugares Perigosos/Aversão
Ano: 2020
Avaliação: ★★★★

"Qual o segredo pra tirar teu nome do meu pensamento? / Te odeio tanto mas difícil dizer que me arrependo..."é assim que Gustavo Goulart inicia Lugares Perigosos, seu novo single, e que terá o seu lançamento oficial, na próxima semana, nas plataformas digitais. Para quem acompanha o trabalho do jovem cantor gaúcho, já percebe que essa faixa tem uma das letras mais populares de sua discografia. E aqui, o significado de popular é que qualquer pessoa pode se identificar enquanto está ouvindo. Além de, claro, mostrar um amadurecimento crescente nas composições do artista.

Lugares Perigosos é sobre uma relação abusiva, onde uma pessoa feita de sentimentos se submete a viver algo da qual não concorda, e mesmo sabendo que aquilo é errado não consegue de desvincular. A forma como Gustavo escreve sobre essa relação é muito verdadeira, e quando ouvi a primeira vez parecia que ele estava contando sobre, não uma, mas alguma relações que tive. 

Junto com Lugares Perigosos, teremos Aversão, uma b-side que virá junto com a faixa de trabalho. Assim como a primeira música, Aversão também fala sobre uma relação abusiva, e as duas se completam de uma forma tão incrível que parecem ser uma a continuação da outra. Não sei se esse era o propósito, mas deu muito certo. 

Acompanho o 
Gustavo faz um tempo, e cada lançamento eu temo fazer o mesmo comentário, mas a real é que mais uma vez ele superou seus trabalhos anteriores. Tenho um carinho enorme por Energia Solar, faixa do EP Ciranda, que lançou em 2018, mas hoje, as minhas duas faixas favoritas são as que serão lançadas. A produção, as composições e todo o conjunto da obra, mesmo sendo apenas duas faixas, falaram diretamente com o meu interior. E a certeza que fica é que ele precisa ser descoberto por mais pessoas para que elas se sintam assim como eu me senti, e também pelo simples fato de termos um artista em ascensão, evoluindo à cada trabalho colocado no mundo.

Deve ser horrível ser hater de Manu Gavassi


AVALIAÇÃO: ✶✶✶✶☆ / 4,5

Após o enorme sucesso que fez na vigésima edição do Big Brother Brasil, a volta de Manu Gavassi para sua carreira musical era muito esperada, e por isso, os primeiros sinais de que essa volta estaria mais perto do que imaginávamos deixou todo mundo muito ansioso.

Manu Gavassi apagou todas as publicações de suas redes, ficou loira e assumiu uma nova identidade. Se enganou quem achou que era só para a campanha da Redken, já que tudo também faz parte do processo criativo de Deve Ser Horrível Dormir Sem Mim, seu novo single em parceria com Gloria Groove.

Com um curta-metragem de pouco mais de 10 minutos, Manu Gavassi mostra seu poder como atriz, cantora, compositora, produtora e roteirista. Deve Ser Horrível Dormir Sem Mim lembra um pouco dos trabalhos anteriores de Manu, como as faixas que compõe os EPs Cute But Psycho e Cute But (still) Psycho, lançados antes de ter a visibilidade que o reality show lhe deu.

A faixa tem pouco mais de dois minutos, mas tem uma letra inspirada, e Gloria Groove acrescentou muito com seus versos, trazendo muitas referências de trabalhos anteriores de Manu. O fato de Gloria não ser apenas a voz do rap, mas ter um momento seu na faixa também acrescentou para que o resultado final ficasse perfeito. 

Apesar de ser uma faixa pop, Manu novamente vem com uma identidade musical nada óbvia, optando por fazer um som diferente do que está em alta, e é isso que a faz ser uma artista mainstream diferente, já que a mesma vem evoluindo sem precisar trair o que sempre prezou: fazer o seu som cantando a sua verdade, e ainda assim, conseguir o reconhecimento do público. E ela está no caminho certo, e por isso digo com tranquilidade que deve ser muito difícil ser hater de Manu Gavassi, já que a mesma prova cada vez mais ser uma A-R-T-I-S-T-A.

Kell Smith renova o som em O Velho e Bom Novo, álbum que fala sobre ser humano

 


"Será que as pessoas conseguem prestar atenção nas letras das músicas no meio de tanta correria? Espero que sim!", e assim Kell Smith inicia Seja Gentil, faixa que abre a primeira parte de seu segundo álbum de estúdio, O Velho e Bom Novo, sucessor do Girassol (2018), e primeiro longe das mãos de Rick Bonadio.

O Velho e Bom Novo nos mostra uma Kell inspirada e falando sobre temas atuais, como ela sempre fez, mas de uma maneira mais diversificada. Nessa primeira parte temos temas como a depressão, o luto e óbvio, o amor.

Vulnerável Eu Vou Conseguir tratam do mesmo assunto de maneiras diferentes. Faixas que falam sobre as fraquezas do ser humano de uma maneira bem tocante e real. As faixas são o ponto forte do álbum junto com Camomila, que vai na contramão, assim como Seja Gentil, sendo as únicas mais animadas do álbum, por tanto, ainda falando a mesma língua das anteriores. Camomila é sobre a dificuldade de não surtar em uma época tão difícil como a que vivemos - a digital - a faixa é um momento bem gostosinho do álbum, o respiro que ele precisava.

O Velho e Bom Novo é só a primeira parte do álbum completo, e com composições tão inspiradas e uma produção caprichosa, a segunda parte será aguardada com altas expectativas, e acompanhando o trabalho da artista sei que também é alta a chance de eu não me decepcionar.

Wanessa Camargo foge do habitual e faz uma das melhores lives da quarentena

Wanessa Camargo completa 20 anos de carreira neste ano de 2020. Uma carreira de altos e baixos, por tanto, é inegável a lista de sucessos que fazem parte dessa história e também da história de milhares de fãs.

Em sua live, Wanessa se mostrou como sempre foi: uma mulher bem moleca e que não gosta muito de seguir o roteiro. Ela dançou, pulou e se emocionou ao cantar seus sucessos, mas o ponto alto desse show, sem dúvidas, foi quando ela saiu do óbvio e cantou músicas não tão conhecidas pelo grande público. Wanessa cantou músicas de todas as fases, e conseguiu trazer uma nostalgia boa para quem a assistia.

Vendo o repertório de pouco mais de 30 músicas, podemos perceber que Wanessa é romântica desde que surgiu, contrariando aqueles que insistem em dizer ao contrário, e apesar do deslize que foi apostar no sertanejo após a era DNA, ainda assim não foi um projeto que saiu totalmente do que a cantora já tinha mostrado anteriormente. Eu sempre gosto de citar esse trabalho pois muitos fãs - e a mídia - a crucificaram depois dele, por tanto, Wanessa Camargo é muito mais que isso e merece ser vista de novo.

LoucaUm dia... Meu Primeiro AmorNada Sem o Seu AmorDesiste NãoComo Dizer ao CoraçãoApareceu VocêChamar AtençãoVivo por Mim Tanta Saudade foram algumas das músicas que emocionaram e mostraram a versatilidade da cantora. Ao sair do óbvio, Wanessa prova que os artistas não precisam se apegar apenas aos sucessos, eles podem muito bem montar uma live - ou até mesmo um show - que saia do habitual. Foi incrível assistir sem saber qual seria a próxima música, mas infelizmente não é sempre que isso acontece.

Honestamente marca início de uma nova fase para Tais Alvarenga

Em uma mensagem nas redes sociais, Tais Alvarenga pegou todos os fãs de surpresa ao anunciar mudança no nome artístico. Agora ALVA, a artista anunciou junto da mudança o lançamento de Honestamente, o primeiro single de seu segundo álbum. O trabalho marca uma nova fase na carreira da artista como deixou claro em post no instagram.

"Somos muitos em uma vida. Às vezes ser fiel a si é se tornar outro. Abrir mão do que já se tem pra dar espaço à uma nova era. Obrigada aos amores que me acompanharam até aqui, com suas histórias sobre verdade e nobreza, recebendo minha arte com tanta generosidade. Entre intensidades e saudades, me inspiraram a atravessar furacões inteiros, foi um sonho. A "Tais Alvarenga" dá espaço para a "ALVA". Que ela consiga entregar o mais puro do meu eu de agora.", foi assim que ALVA falou sobre as mudanças e o que isso representava em sua arte, e analisando melhor seu novo trabalho, podemos entender que isso fez muito bem para ela, e que apesar da mudança, ainda podemos ver alguns resquícios de Tais Alvarenga lá, afinal, ela faz parte desse processo.

Honestamente ainda fala sobre amor e intensidade, assim como foi Coração Só, primeiro álbum da artista, por tanto, com uma linguagem mais pop e menos cult. O som que ALVA faz pode vir a conquistar outro tipo de público que talvez não tivesse pronto para a poesia de Tais Alvarenga, e o público que se apaixonou pela poesia de Tais Alvarenga, com certeza não irá se sentir abandonado por ALVA.

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