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A complexidade de ser humano no ótimo Pieces of a Woman

Quem não se despedaça após a perda de um ente querido? Principalmente se for um bebe que acabou de nascer, e morre logo após o parto. O casal Martha e Sean mostram em um longa potente, a dor do luto e como é difícil juntar os pedaços e se reconstruir. Somos seres humanos e cada um tem um universo dentro de si, suas dores, sua fé, seu amor, tudo isso é mostrado de uma forma assertiva e bem dirigida.

Nos primeiros minutos da obra de  Kornél Mundruczó, já temos uma cena forte de Martha começando a entrar em trabalho de parto, porém a parteira que iria fazer seu parto, não pode estar em sua casa,  e surgiu uma outra indicada a ajudar na condução da chegada de sua filha, porém a parteira substituta em muitos momentos apresenta algumas falhas, resultando na morte do bebe   . O plano sequência e a estética já conseguem trazer uma certa aflição ao telespectador, gerando um momento de empatia pela dor da protagonista em fazer com que a criança nasça. Vanessa Kirby chama a atenção em uma atuação visceral, de cair o queixo, inclusive ressalto que Kirby pode ser indicada para a categoria MELHOR ATRIZ.

O longa então começa a focar mês em mês para mostrar os acontecimentos depois da perda da filha. Martha volta ao trabalho, enquanto Sean volta para as bebidas, o que aqui ilustra as formas de lidar com a perda, não só em momentos individuais mas como casal, nem a sua relação sexual reflete como era antes, há um abismo entre os dois, mas nunca eles conseguem se reconectar, ambos de mãos atadas, ela em nenhum momento se mostra aberta a diálogos ou chegar em algum acordo, faço até uma analogia aqui, com a Marta da Bíblia, tanto a personagem do longa, quanto retratada na série, ambas são as que querem resolver e não deixar ponta solta, a Martha de Kornel, faz um tom mais sombrio e completamente fechada, procurando apenas resolver as questões burocráticas como o velório da sua filha e a papelada, deixando sua própria família em segundo plano, sua mãe e principalmente seu marido, enquanto a da Bíblia é uma Matta mais solar, que se preocupa em acolher, mas que o tempo todo está preocupada com a casa e não com as pessoas da casa, na Bíblia Marta queria tanto receber Jesus bem  que preocupou em sua acolhida mas deixou o próprio em segundo plano, ambas negaram a convivência.

Um tema recorrente no filme é até que ponto a vingança compensa, Martha é confrontada o tempo todo de levar isso ao tribunal e vingar a morte de sua filha  pela parteira substituta que realizou o parto em meio a uma situação complicada mas até que ponto é saudável se alguém me fez mal eu vou e faço mal a ela, a partir desse pensamento é possível pensar em como o filme além de demonstrar com classe e empatia que todos nós somos passíveis de erros, inclusive erros que nos afetam a nossa vida e nosso circulo social.

A obra tem grandes destaques para a fotografia e a estética, os tons meio vintage e o cenário com poucas cores ajudam a expor o luto de maneira direta e sem rodeios.

Pieces of a Woman é um longa que vale a pena ser apreciado, com muita cautela, não veja em um dia triste, mas ele é um filme que consegue ser maduro e mostrar toda a complexidade do ser humano, através de como a vida separa e une pessoas em momentos distintos e como a própria vida é capaz de mudar o rumo das coisas e fazer com que ela mesmo siga seu curso.

Texto escrito por Marcos Tadeu


Gêneros Cinematográficos: Fantástico

Em mais uma Papo de Cinema, vamos abordar algumas questões importantes, sobre esse gênero, é particularmente, um que gosto muito, eu e muitos fãs da cultura pop, falaremos hoje do gênero de FANTÁSTICO, baseado nossos estudos no livro de Luis Nogueira, “MANUAL DE CINEMA II- GÊNEROS CINEMATOGRAFICOS” .

“No contexto da cultura cinematográfica, o fantástico pode ser definido de um modo suficientemente convincente, apesar das contaminações em que convive com outros géneros (o filme de aventuras, o filme de ação, o filme de terror ou o filme de ficção científica são disso exemplo claro), das múltiplas gêneses das suas personagens (religiosas, tecnológicas, sobrenaturais) ou da morfologia e ontologia plural dos seus universos (passados ou futuros, próximos ou distantes, mentais ou físicos)” Minha análise sobre esse trecho do autor, é que o gênero fantástico ele consegue transitar entre todos os gêneros, principalmente sobre  aventura, ação, terror e ficção, estabelecer um universo próprio seja por a origem de seus personagens e podendo alternar entre os tempos, passado, presente ou futuro. “Só para deixar alguns exemplos de filmes: Senhor dos Anéis, Harry Potter, De volta para o futuro, Sucker Punch, Vingadores, Crepúsculo.

“Aqui, as relações de causa-efeito como as conhecemos são constantemente desafiadas: seja na mente das personagens seja na mais reconhecível banalidade, tudo acaba por, a certo momento e em certas condições, se tornar possível. As leis do mundo e as suas premissas são quebradas e um novo regime de causalidade é instaurado: um novo tipo de explicações e de justificações entra em vigor.” Minha análise sobre a obra do autor, é que no gênero fantástico, os filmes são compostos de suas próprias regras, tudo pode se tornar possível, tudo é criado como uma justificativa. Prova disso é o universo de “As Crônicas de Narnia”, best-seller adaptado do famoso C.S Lewis, podemos pegar a cena em que Aslam decide se sacrificar por Edmundo, por ele ter traído seus irmãos, Aslam paga o preço e a Feiticeira Branca aceita a proposta, ali é considerado uma vitória da vilã.  Aqui é a prova que o universo criado por Lewis tem regra própria, o julgamento em si é a prova de como essas leis  são seguidas a risco em Nárnia.


“O fantástico acabará, então, por estar muitas vezes ligado ao sobrenatural. Tanto as forças criadoras como as forças exterminadoras em confronto têm uma proveniência muitas vezes alheia a todas as leis da natureza. E nesse aspecto os defensores do bem como os defensores do mal adquirem os seus poderes e as suas competências das mais diversas instâncias, quantas vezes, poderemos dizer, quase da ordem da metafísica ou, se quisermos, do prodigioso – aliás, podemos mesmo falar de uma estética do prodígio no que respeita ao imaginário fantástico em geral.” Se  me permitam, discorrer sobre esse argumento do autor, aqui o que entendo e compreendo é que  muitas vezes o fantástico é ligado a um mundo sobrenatural, que independe  das leis da natureza. Tanto os protagonistas, como os antagonistas adquirem seus poderes e habilidades das mais variadas formas, aposto que falando em sobrenatural, você pensou no bruxinho mais famoso, sim, vamos  falar de Harry Potter, do universo da famosa autora britânica J. K Rowling, aqui tanto o nosso protagonista Harry, como o antagonista Valdemont descobriram seus  poderes de maneiras diversas e experiências diferentes ao entender o seu lugar. A história de Harry é marcada por sofrimento, quando perdeu seus pais e foi morar com seus tios que sempre trataram com muita repulsa e sua vida começa a mudar quando começa a entender que ele  não faz parte do mundo dos “trouxas”  e sim dos “bruxos” até descobrir parte de sua origem, do outro lado, temos a volta de Você-Sabe-Quem que voltou por um objetivo muito coeso. O universo de Potter deixa bem claro que o mundo de fantasia é longo e extenso.


“As fontes de toda esta criatividade são da mais diversa natureza: em alguns casos, o mundo antigo, ou mesmo o mundo pré-histórico, serve de base à imaginação; noutros casos é o universo medieval que serve de referência; a própria mente ou o próprio corpo humano podem também ser o local da aventura; os mais extravagantes locais naturais, como bosques ou florestas, são-no igualmente.” Ou seja, para ter um universo fantástico, basta ter vastas referência na imaginação, que vai desde a antiguidade, o corpo humano e até mesmo  florestas, percebe como é um universo de criação cheio de possibilidades.  Segue alguns exemplos que falam por si só, como as aventuras na Terra Média, ou navio Pérola Negra com o capitão Jack Sparrow, o País das Maravilhas em que Alice entra, até em uma galáxia muito, muito distante com Rey e Flinn.  Vários exemplos não são mesmo?

Por hoje é só. Agora me diga seu gênero favorito nos comentários! Até a próxima!



Gêneros Cinematográficos: Musical

No Papo de Cinema de hoje, entraremos naqueles filmes em que o gogó de nossos atores é que conta história, estamos falando do gênero: Musical. Usarei de exemplos, filmes como: High School Musical, La La Land, Nasce uma Estrela. Lembrando que todo esse estudo é baseado no livro “Gêneros Cinematográficos” de Luis Nogueira.

Segundo Nogueira, o musical cresceu nos anos 30,40, e 50 em tempos de crise política e social. O gênero acaba assumindo a forma como válvula de escape e de enfrentar uma dura realidade de  maneira leve, mais de outro jeito de incomodar.

“A música é aqui assumida não apenas como um complemento dramático das situações ou da caracterização das personagens, mas como um dispositivo narrativo em si mesmo – a música não se sobrepõe à trama a partir do seu exterior, mas surge a partir da própria vivência das personagens e determina os seus comportamentos. Quer isto dizer que a própria música detém um papel singular na morfologia da narrativa”. Prova disso é High Schol Musical, responsável por se tornar um musical teen bem feito que virou febre entre a galerinha dos hormônios agitados. Gabriella e Troy Bolton se conhecem em uma  festa de virada de ano e cantam  “Star Of Something New”, a música aqui, além de contar parte da narrativa em que os personagens  estão vivendo, o começo de algo novo e uma nova amizade que se começa dali. A música é parte essencial da história e ela que guia como todo enredo vai andar e como esses personagens vão agregar com a música, aqui é a música que direciona todo o sentimento e o que cada um sente.

“Os momentos, os números ou as sequências cantadas e dançadas pelos protagonistas são, portanto, o elemento formal distintivo do musical. Nesses momentos, as personagens expõem os seus sentimentos e pensamentos, as suas motivações ou decisões, agindo muita vezes como se de um bailado ou de uma ópera se tratasse.” Outro exemplo disso é que La La Land, filme de 2016 que tem uma abertura incrível com números de dança, cantos e atuações, aqui é só uma abertura até chegarmos em nossos protagonistas Sebastian Wilder (Ryan Gosling) e Mia Dolan (Emma Stone), Another Day of Sun é todo filmado em um plano sequência, cheio de ritmo e cores, os personagens secundários além de contar seus sonhos, até  o jeito da luz dessa cena é uma fotografia completamente quente e cheia de vida.

“Quer isto dizer que a própria música detém um papel singular na morfologia da narrativa. Se existe aspecto que nitidamente distingue o musical clássico dos outros gêneros é precisamente a utilização que faz da banda sonora, de algum modo integrando a música no próprio universo diegético, desafiando a própria verossimilhança da história que se conta quando os personagens começam o canto e a dança de modo inusitado. ”Nasce uma Estrela”, filme  dirigido por Bradley Cooper e a convidada foi ninguém menos que Little Monster, Lady Gaga. A trama preocupa em contar a Ascenção de  Ally no mundo da música em sua união com Jack, um cantor frustrado com sua carreira que decide dar a chance para uma desconhecida. Analisando a frase do autor acima, acho isso muito válido, é praticamente a banda que é responsável pelo o universo em que estamos envolvido dentro de uma unidade no filme. A música “Shallow”, single do filme, durante a narrativa, notamos que ela foi composta do lado de fora de um supermercado, após Ally defender Jack de um bêbado que o ofendeu e em resposta ela deu um soco na cara e que após o desentendimento Jack a leva a um supermercado, comprando os produtos para poder de alguma forma melhorar o estado da mão de Ally. Após algumas cenas, vemos a mesma música, cantada a plenos pulmões a um público gigantesco, entende, como a música é parte essencial da narrativa?

O gênero musical é aquele que a grande maioria dos cinéfilos ama, citei alguns exemplos aqui, mas ainda a uma gama de filmes enormes de musicais que são consagrados. Vale ressaltar que  o musical é praticamente um membro enraizado da cultura americana, desde a influência da Broadway, a construção da narrativa entre juntar música, atuação e dança em uma obra como o “Cantando na Chuva” e a própria atualização do gênero em apropriar de determinados gêneros musicais como o rock ou o pop e trazer novas possibilidades. “Nasce uma Estrela” é prova de que a história já foi contada de várias vezes mais nunca da mesma forma ou da mesma  música.

O que você acha desse gênero? Deixe nos comentários!



Gêneros Cinematográficos: Animação

 

Para os amantes de Walt Disney, DreamWorks, Sony,  Warnes Bros, chegou a sua hora. Hoje vamos dar uma analisada de perto, no cinema de animação, lembrando que nosso estudo é baseado no livro “Gêneros Cinematográficos” de Luis Nogueira.


Segundo o autor, o conceito animação, podemos entender que é uma sequência de imagens que criam em nossa retina. Isso é um fenômeno, uma ilusão de movimento, cuja a teoria é explicada por Peter Mark Rotget. Valeu viu Mark, se não fosse essa sua teoria, estaríamos todos perdidos sobre entender esse conceito.


“A animação prestar-se-ia, por isso, a conviver pacificamente com uma certa impressão de irrealidade – ao contrário do cinema convencional, onde a impressão de realidade tende a ser fundamental – e a suspender, manipular, subverter ou desafiar as leis e convenções do mundo como o conhecemos: as leis da física, as normas culturais, as premissas éticas, etc.” Gostei muito desse trecho de Nogueira, se me permite analisar, vamos juntos.  Achei interessante, se o  cinema convencional gosta de trazer a realidade, o cinema de animação busca subverter e surpreender tudo o que conhecemos, o que é um máximo, se pegarmos um exemplo de “A Bela e Fera”, Lumiere e  Holorge, um castiçal e um relógio ganham vida, passam a falar, gesticular, fazer piadas e quebrar todas as regras, no mesmo exemplo, podemos pegar a música “A Vontade” em que Lumiere canta para Bela ficar a vontade com o jantar que está sendo preparado, até em um trecho da música que ele fala:

À vontade, à vontade
Prove a nossa qualidade
Ponha o guardanapo agora chérie
E sirva-se à vontade
Soup du jour e os hors d'oeuvres
Veja se o serviço serve
É um serviço que tem vida
Observe se duvida
Tudo canta, tudo dança”


É interessante esse   discurso no canto, além de tudo poder ficar a disposição de Bela, tudo tem vida, canta e dança

“O exagero será talvez o princípio fundamental da animação cartoon, mas é igualmente frequente numa animação mais realista. O exagero pode incidir sobre diversos aspectos: aparência, personalidade, movimentos, cenários ou situações em que são exageradas as características importantes que definem a personagem ou o acontecimento.” Falar de exagero, pensamos logo em quem, essa mesmo; Branca de Neve, acho que não tem quem entende de exagero igual aquela cena em que Branca de Neve escuta do Caçador para fugir dos aposentos da madrasta então ela vai correndo exageradamente  para a floresta, ali toda a sua expressão, personalidade, movimentos, tudo isso é retratado de maneira coesa e completamente  linear, mesmo sabendo que aquilo nunca aconteceria de maneira  normal, a animação preocupa em trazer o tom cartoonesco de forma intensa.

Falamos um pouco sobre os conceitos, agora vamos falar sobre a história em si, do cinema de animação. Segundo o autor, a pré-animação surgiu com as figuras rupestres, de representar os movimentos e a vida desde o homem das cavernas. “É aí que podemos identificar as primeiras Formas – ora mais ténues, ora mais deliberadas – de representar o movimento e a vida nas próprias imagens. A sobreposição de múltiplas pernas ou a própria dinâmica da coreografia de certas ações  parecem evidenciar um esforço de captação e simulação do movimento.”


Se os irmãos Lumiere, foram responsáveis por trazerem o aparelho optico e gerar movimentos, George Melies foi pioneiro por trazer a técnica, ele foi praticamente, o “Pai dos efeitos visuais”, ele que trouxe a magia, a ilusão,  de efeitos que conhecemos como o “stop-motion”.  Somente na Europa, em 1908, Emilie Cohl foi responsável por trazer pequenos filmes animados com um dos mais conhecidos “Fantasmagorie”, desenhos que se metamorfoseiam de várias maneiras e situações. Já na Rússia, Laislaw Starawicz, foi responsável por trazer filmes com técnicas de stop motion de grande sofisticação, um triângulo  amoroso tendo como pano de fundo um espetáculo cinematográfico chamado “The Cameraman’ Revenge” em 1911. Se avançarmos um pouco mais na história chegamos no pai de todo o cinema de animação Walt Disney, sucesso com Branca de Neve e os Sete Anões, responsável por trazer uma estética que ficou no  imaginário comum . Walt atingiu sua maturidade no universo da animação com técnicas inovadoras como a pencil test, um processo de desenhar a lápis, em papel, uma sequência de animação, antes de avançar para a sua representação e pintura em acetato.


O dono da casa do Mickey ainda foi responsável por trazer filmes clássicos e se consolidar no gênero  como Pinóquio, Dumbo, Bambi em que se consolidou por trazer o cinema de animação de maneira clássica. “Tradicionalmente – e durante décadas – se entende por animação clássica. Seria esta modalidade (estética e técnica) que, de algum modo, devido ao sucesso massivo das produções da Disney, ofuscar as mais diversas (e, muitas vezes, bem mais ousadas) formas de animação”. Vale ressaltar que a Disney se inovou tanto nessa modalidade, devido a sua estética e técnica que era impossível não ser sucesso, como consequência acabou ofuscando muitas e muitas vezes outras formas de animação.


E por último e não menos importante, vou trazer por minha própria conta, um dos concorrentes mais legais da Disney, a Dreamworks. Em Outubro de 94, aconteceu um marco, imagina o encontro de Steven Spiberg, o executivo musical David Gefften e o ex-executivo da Disney Jeffrey Katzemberg, fundaram a  Dreamworks. Outro marco importante foi o filme “Formiguinha Z” , primeiro longa lançado para concorrer diretamente com a Casa do Mickey, o estúdio investiu pesado em técnicas de computação para gerar um novo estilo de animação. FormiguinhaZ se destaca não só pela qualidade técnica mas elenco e principalmente enredo. Me arrisco a dizer que a  DreamWorks tem até uma pegada mais questionadora do meio em que vive, se a Disney muitas vezes só colocam os personagens de maneira passiva e que não se preocupa em questionar o meio em que vive, o legado de Katzemberg veio para questionar a realidade. Z, nosso protagonista no primeiro longa, se destaca, ele não só questiona o porquê das formigas serem operários ou soldados mas também reforça o desejo de viver longe do formigueiro. Formiguinha Z  foi sucesso de crítica e público, 96% no Rotten Tomatoes, além de marcar por sua qualidade técnica e cargas centradas de humor na medida certa para encantar crianças e adultos. Já deu pra ver que a Dreamworks não estava para brincadeira né?

Por hoje é só, agora me diga nos comentários o que achou de nossa análise de gênero?


O universo de Labirinto - A Magia do Tempo

A postagem original foi escrita por Maurício Neto, no dia 27/08/2014, no Jurandir Dalcin Comenta, hoje, Portal Comenta, e na extinta coluna Dica de Filme.


Hoje irei falar sobre um filme que representa muito pra mim, porque fez parte da minha infância, aquela época em que os filmes não tinham efeitos tecnológicos, e era tudo muito mágico e ingênuo. Labyrinth (Labirinto - A magia do tempo) é um filme norte-americano e britânico de 1986, dos gêneros aventura e fantasia, dirigido por Jim Henson e produzido por Eric Rattray, em conjunção com George Lucas. Tem em seu elenco o músico David Bowie, que compôs e cantou várias canções para o filme. O orçamento do filme foi de 25 milhões de dólares, e sua arrecadação foi de 12.729.917 dólares, se tornando um grande fracasso de bilheteria, mas que conquistou e ficou na memória de várias crianças da época.

O filme conta a história de Sarah Williams (Jennifer Connelly), uma jovem que gosta de peças teatrais, em especial as de fantasia. O filme se inicia com Sarah interpretando uma cena de um livro, Labyrinth, no parque perto de sua casa. Naquela noite, terá que cuidar de seu irmão, Toby (Toby Froud), ao qual não demonstra muito afeto, e ao voltar para casa tem uma discussão com sua madrasta. Depois que seu pai e sua madrasta saem, ela percebe que a tempestade que se inicia está assustando Toby, quando vai vê-lo percebe que seu urso de pelúcia está no berço do irmão, e se revolta pois alguém o tirou de seu quarto. Retorna, então, ao seu quarto, com seu urso de pelúcia e chora enquanto começa a fazer citações de trechos de Labyrinth, nos quais uma garota recebe poderes do rei dos goblins. Ela conta uma história, para o irmão dormir, sobre uma garota não suporta mais a situação de escrava em que se encontra e deseja que os goblins levem seu irmão embora, para sempre. Assim que termina a história, Sarah apaga a luz e diz: "Eu quero que os goblins venham e o levem embora, agora!". Repentinamente, Toby para de chorar. Preocupada, ela volta ao quarto do irmão e percebe que ele sumiu.

E é a partir dai que começamos a acompanhar a jornada de Sarah, já que após o sumiço do irmão, uma coruja entra em sua janela e se transforma no rei dos duendes, Jareth, que diz para a garota que seu desejo foi realizado. Arrependida, Sarah pede que Jareth traga seu irmão de volta, mas o duende diz que ela tem treze horas para atravessar o labirinto que separa o mundo exterior do castelo dos goblins, onde Toby está aprisionado, e caso ela falhe, ele será transformado em um goblin para sempre.


O labirinto, no entanto, é muito confuso porque seus portões e paredes mudam de lugar. Além disso, para ultrapassá-los enigmas têm que ser desvendados. Numa das entradas, Sarah encontra Hoggle, um goblin-anão mal-humorado. Ela o convence a ajudá-la em troca de uma bijouteria. Embora Hoggle esteja ajudando Sarah, ele tem medo de Jareth e tenta dificultar a jornada da garota. No caminho, Sarah faz muitas amizades com seres estranhos que, contudo, se propõem a a ajudá-la. Juntos passam por várias aventuras, entre os amigos que faz pelo caminho estão o gigante peludo Ludo e o cão Didymus. Enquanto o primeiro é inocente e de grande força, o segundo é corajoso e segue montado sobre outro cão - que por sinal parecido com o cão de Sarah.


Como falado anteriormente, apesar de ter uma produção grandiosa para a época, e grande investimento, o filme foi considerado um fracasso de bilheteria, sendo que o crítico brasileiro Rubens Ewald Filho, declarou que "o filme foi um "injusto fracasso de bilheteria", pois, apesar de fraco na trilha sonora, é criativo e tem bons efeitos especiais."

Por tanto, mesmo depois de anos, 2020 foi ano em que surgiu a notícia de que o filme ganhará uma continuação. Dirigido por Scott Derrickson, a notícia foi compartilhada pelo site Deadline e confirmada pelo diretor. Ainda não há previsão de estreia, e mais notícias devem surgir em breve.




Gêneros Cinematográficos: Suspense

Já falamos do gênero ação, agora vamos falar sobre um dos gêneros favoritos do grande público: suspense. O gênero é conhecido por cenas de perseguição, e também pelo fato de esconder informações importantes do público, assim como é comum do gênero, que tenha o clímax da história, que geralmente é quando o protagonista acaba em uma situação perigosa, da qual parece impossível escapar. O suspense conta com diversos subgêneros, e vamos falar um pouco sobre cada um deles. 

Cena do filme O Silêncio dos Inocentes
No suspense de mistério, geralmente os protagonistas são jornalistas ou investigadores amadores que acabam descobrindo uma grande conspiração, e com isso, colocando a própria vida em perigo e de todos ao seu redor. Sendo assim, o suspense de mistério acaba aparecendo também nos filmes de suspense criminal, que geralmente mostra uma sucessão de crimes bem-sucedidos e falhos, crimes esses que o protagonista começa a investigar, e tenta descobrir o responsável. Os temas mais comuns do suspense criminal são os de serial killers, assassinatos, assaltos, perseguição e tiroteios. Um dos filmes que representam o gênero de suspense criminal é O Silêncio dos Inocentes.

Cena do filme Psycho
Além dos dois, temos também um dos subgêneros favoritos, que é o suspense psicológico, onde os personagens não são dependentes da força física para superar seus inimigos, mas dependem de suas capacidades mentais, seja pela inteligência lutando com um oponente formidável ou por tentar se manter em perfeito estado psicológico. Uma das características do suspense psicológico, é que geralmente as histórias giram em torno de um personagem principal, e seu passado é usado para justificar o motivo de suas ações. Um grande clássico do cinema pode ser usado para representar esse gênero, que é o Psycho.

Cena do filme Invocação do Mal
Para finalizar, temos o suspense sobrenatural, que é aquele filme que conta uma história de mistério mas que vai além, trazendo histórias fantasmagóricas para o enredo, e muitas vezes essas histórias são baseadas em fatos reais, como é o caso da franquia Invocação de Mal.

Agora diz aí nos comentários, qual o filme de suspense mais marcou você?



Gêneros Cinematográficos: Ação



Para sair um pouco das críticas, vou trazer esses dias em nossa coluna, Papo de Cinema, um texto sobre os gêneros cinematográficos, afinal, sabemos que ele existe, mas será que já paramos para analisar e entender eles? 

Pensando nisso, fundamentei meus argumentos na obra “Manual dos Gêneros Cinematográficos”, de  Luís Nogueira, para trazer esse estudo, na edição de hoje, vamos falar um gênero que todos curtem, a boa e velha: AÇÃO.

Segundo Nogueira, a ação é marcada por grande apelo popular, grande sucesso comercial e talvez o que os críticos mais torcem o nariz, justamente pela forma que se apresenta: de maneira rápida e maniqueísta com os temas abordados.

O gênero de ação do ponto de vista narrativo é marcado por características marcantes como: sequências frenéticas de ação, grandes cenas de perseguição, batalhas grandiosas e principalmente cenas de explosões megalomaníacas. Tenho certeza que já veio algumas cenas e filmes na sua cabeça ai, não é mesmo? Então vou trazer aqui alguns exemplos. 

Um clássico recente para ilustrar as cenas de ações frenéticas podemos pegar o exemplo de Vingadores Ultimato, em que logo após os heróis conseguirem regressarem os que estavam desaparecidos ao encontro dos Vingadores principais para a batalha final, contra Thanos e seu exército, antes daquela fala de Capitão América “Vingadores, Avante!!”, ali já podemos esperar uma sequência de ação em que Pantera Negra usa o seu poder para segurar a manopla de Thanos, enquanto que Feiticeira Escarlate usa sua magia para estourar a armadura do vilão. Já do outro lado temos o Homem Aranha entrando em modo de combate para proteger a manopla entregue pelo Pantera Negra, e abrir caminho para poder vencer a batalha. Ultimato cumpre não só no sentido de grandes cenas de ação , mas também de batalhas grandiosas. 



No filme Velozes e Furiosos 5: Operação Rio, temos uma cena frenética de ação em que Toretto e sua equipe além de roubar um cofre de um corrupto, ainda consegue desviar de todos os carros de polícia da sua frente em uma cena eletrizante de perseguição. Falando em explosão, me veio a mente aquela cena em Transformers - A vingança dos Derrotados, bem no início do filme em que a Equipe Next, formada por Autobots e humanos, entram em uma missão para acabar com os Decptcons na terra, e logo nessa cena, há um Decptcon formando dentro de um trator, uma explosão monstruosa.



“Os heróis e os vilões são claramente caracterizados e contrapostos, recorrendo muitas vezes a soluções de fácil descodificação semiótica, como a indumentária ou a própria fisionomia.” Muito legal, parar para pensar, o vilão é sempre aquela figura feia, ou suja, porca, enquanto o herói é sempre aquela figura bela, bonita, polida. Isso os filmes fazem questão de mostrar quem é o mocinho e quem é o vilão, esse não precisa ir muito longe, o próprio Matrix, e principalmente o Matrix Revolutions, aquela cena em que Neo e Agente Smith fazem um duelo épico na chuva, ali é a definição clara de luz e trevas e os grandes contrapontos.



“No que respeita à sua morfologia, ela assenta, sobretudo, numa aplicação de fórmulas bastante convencionais e facilmente reconhecíveis: um ritmo trepidante da montagem que serve sobretudo ao rápido desenvolvimento da ação e à intensificação dos picos dramáticos, uma planificação estilisticamente clássica e segura que reserva para cada plano uma função narrativa e dramática bem específica e inequívoca, uma utilização da música que sublinha emocionalmente o tom de uma situação ou o estado de uma personagem e um uso da fotografia sempre ao serviço da fácil descodificação da narrativa”. Já a minha análise sobre esse trecho é que asseguro que isso acontece com muita frequência, os longas de ação são pensado de forma em que fica fácil do telespectador entender qual é a mensagem, justamente por ser mastigado e entregue a quem assiste. Ao pensar na narrativa, podemos ver que as obras usam uma estética clássica e segura, ou seja, abusa dos clichês mais tradicionais e até a edição da obra é montada de forma rápida em um ritmo frenético para que o telespectador não tenha o que pensar, apenas receber em escala frenética as cenas. Mais uma vez volto com Velozes e Furiosos 7, praticamente na primeira cena em que Decakrd Shaw invade o escritório de Hobbs para pegar informações da equipe de Toretto, ali a sequência é toda trabalhada em planos, ângulos, edição e fotografia de tirar o fôlego, além do bom embate entre as duas figuras, as cenas são muito bem compostas, desde a cena em que Hobbs da uma chave com uma câmera virando em ponta cabeça seu arqui-inimigo e até a cena em que, salva sua parceira Helena de uma bomba, ao cair no carro de costas, segurando uma mulher e não quebrar nenhum osso. Observa só se não é o conceito perfeito da ação!

“As convenções deste género são das mais facilmente reconhecíveis e poderíamos falar, a título exemplar e quase paródico, de uma estética do estilhaço, da explosão, do salpico e da tangente: os estilhaços que rodeiam o personagem nos tiroteios mais desvairados; a explosão que arrasa cidades, edifícios ou mesmo planetas; os salpicos de sangue que se tornaram um dos elementos gráficos fundamentais da representação da violência; as tangentes das balas que, milagrosamente, nunca atingem o protagonista, solitário e invulnerável”. Ingredientes importantes que dão o tom do longa de ação, a certeza é que os tiros são personagens quase que principais em sua grande maioria, um exemplo disso que essa grande fórmula é Homem Aranha de Sam Raimi, na cena em o Homem Aranha vai salvar pessoas no incêndio e se depara com o Duende Verde, no diálogo vemos que Duende faz um convite para se aliar a ele, o amigo da vizinhança recusa, com isso o antagonista lança pequenas lâminas para acertar no herói e então ele tem que desviar delas. É um show de efeitos e ingredientes especiais que deixam o filme de ação ainda mais frenético e da gosto de assistir!!!



“Este gênero assume-se nitidamente como entretenimento, não visando colocar à discussão temas controversos ou problematizar situações ambíguas. O seu objetivo é, portanto, proporcionar ao espectador uma experiência de grande hedonismo. Os filmes tendem, desse modo, a esgotar o seu potencial hermenêutico muito rapidamente”. Não se preocupe, o gênero de ação não está preocupado em discutir um tema importante com você como assédio sexual, relacionamentos abusivos, estupro, aborto, sexo e muitos outros temas. Em minha visão fazendo um contraponto com a ideia do autor, ele só preocupa em meramente entretenimento e reforçar o prazer em estar ali, naquele momento, curtindo aquele filme de ação, muitas vezes, arrisco a dizer que usamos os filmes de ação como fuga da realidade ou “válvula de escape”.

Essa foi a minha análise do gênero de ação, diz ai nos comentários. Qual próximo gênero cinematográfico você quer estudar?


A trajetória do negro no audiovisual e suas implicações



Ainda meio aéreo e muito reflexivo sobre tudo o que vem acontecendo, e a proporção de como os protestos vem crescendo, venho por meio desse parágrafo me expressar, pois, entendo os meus privilégios como uma pessoa branca, e se tem algo que eu posso fazer é indicar e disseminar a cultura negra, uma cultura tão rica em ritmos, danças, filmes e séries. Ao pensar sobre o tema do título decidi fazer uma reflexão global sobre o audiovisual e toda a luta do negro, mas não deixar somente isso e reforçar suas conquistas. Ao ler e pesquisar e debruçar sobre o tema proposto me surpreendi pelas lutas e também pelas vitórias, algo que deve ser mais levado em conta. Sem mais delongas, vamos lá.
Primeiro de tudo vamos definir alguns o conceito de raça, segundo o sociólogo Anthonny Giddens, a raça pode ser entendida com um conjunto de reações sociais que permite que os indivíduos sejam classificados, por atributos ou competências com base em sua característica biológica. As formas de distinção raciais acontecem devido a reproduções de poder e desigualdade na sociedade. Desde muito cedo, o negro nunca teve papéis importante no audiovisual e até ele se consolidar no meio, foi uma luta muito grande, em que exigia um esforço maior.

Para abrir um pouco o tema, vamos começar com Hattie Mcdaniel, caçula de 13 filhos, filha de um casal de escravos que tinha acabado de ser libertos e chegado no Kansas para fugir da extrema pobreza. Juntou com dois de seus irmãos um grupo de vandeville, uma espécie de teatro regado a música e muita confusão no enredo no qual se destacou. Após a crise de 1929 foi para Milwaukee, no hotel Sububirbian, em que conseguiu um emprego de assistente de banheiro feminino. Um dia no hotel, após a saída dos artistas, o gerente do local pediu que alguém voluntário subisse no palco e cantasse, Mcdaniel subiu e encantou, ficou dois anos protagonizando o espetáculo do hotel e não teve mais que lavar o banheiro. Em 1934, Hollywood ainda não entregava papéis relevantes a negros eram somente cargos de garçons, motoristas e empregados, não demorou muito para o produtor John Ford ficar de olho em Hattiee  aproveitar o seu jeito sarcástico e atrevida para levar para o cinema, estrelando em um clássico do cinema, E o Vento Levou, em que interpretou Mammy, a empregada e fiel escudeira de Scarlet’O Hara(Vivian Leigh), a única que conseguia domar a filha de sua patroa, interpretando Mammy, apesar de ainda cair no estereótipo de papéis com pouca importância como o caso de retratar uma empregada, ainda conseguindo ganhar destaque no filme, mesmo com um papel irrelevante. Em 1940, ocorreu a tradicional cerimônia do Oscar e Hattie conseguiu um feito histórico, levar a estatueta, de melhor atriz coadjuvante, porém nem tudo são flores, Selznick um dos maiores produtores de Hollywood da época teve que pedir autorização para Hattieentrar no teatro e ainda teve que ficar em uma mesa ao fundo, longe do elenco, mas vale ressaltar o feito da primeira atriz a ganhar o Oscar, acho isso muito válido, é muito triste em saber que ela não participou da cerimônia de maneira normal como todos, mas levou um Oscar para a casa. 

Vamos relembrar alguns Oscar famosos por atrizes e atores negros que chamaram a atenção em seu papel. Na categoria “Melhor Atriz”, somente Halle Berry se destacou em “A Última Ceia”, em 2005. Na categoria “Melhor Ator” vários nomes se destacaram como Denzel Washigton, em 2002, por “Dia de Treinamento”, Jamie Foxx por “Ray” em 2005 e Forest Whitekar por o “O Último Rei da Escócia”. 



Na teledramaturgia podemos ver como atores e atrizes negros começaram a ganhar protagonismo de um tempo pra cá, como exemplo a atriz Taís Araújo em que viveu a primeira protagonista negra em Da Cor do Pecado, e vale relembrar que Preta, foi uma mocinha empoderada, cheia de atitude, mesmo em meio a atitudes racistas e preconceituosas de Barbara (Giovanna Antoneli), como muitas vezes chamava Raí (Sergio Malheiros), filho de Preta, de neguinho. Interessante notar que enquanto uma protagonista negra ganha força, a sociedade branca reage de maneira racista, Barbara é o estereótipo mais crível de uma sociedade que julga apenas pela cor, sem nem se importar com  o próximo, Preta e Raítinham muitas qualidades como saber ouvir, o companheirismo, afetuosos, mas a vilã só julgava por sua cor e por representar uma ameaça do seus planos. A atriz chamou atenção na condução da personagem, Preta conseguia ficar no drama e segurar a sua personagem com leveza, desde então Taís Araújo, uma incrível atriz que soube se transformar em cada papel, se em Da Cor do Pecado temos uma moça humilde e pobre, em 2020 é possível ver o contrário em Amor de Mãe, novela de Manuela Dias, a esposa de Lázaro Ramos, interpreta Vitória, uma advogada rica e bem de vida que perdeu um filho na barriga, porém o que ficou foi o desejo de ser mãe. Durante a trama vimos uma cena em que Tiago, o filho adotivo de Vitória é confundido com um bandido por estar com seu pai adotivo, Raul (Murilo Benício), em um shopping. A cena realmente trouxe todo impacto do que é o racismo. A atriz também é muito famosa e já palestrou temas relacionados ao racismo. Em uma de suas palestras, ela comenta que seu filho jamais vai poder andar na rua com um boné, uma roupa de time, um andar adolescente sujo por ter jogado futebol e descalço, sem correr o risco de levar uma investida pesada da polícia ao ser confundido com um bandido e também fala da preocupação com sua filha, por ser mulher e negra, e que segundo os dados de 2015 sobre a violência no Brasil, o número de feminicídio contra as mulheres negras teve um aumento de 54,8%, e comenta estar apavorada com isso.

Na indústria fonográfica também mulheres negras também tiveram que lutar muito para chegar ao seu espaço e que mesmo consolidada já sofreu ataques racistas. Vamos falar um pouco de uma cantora lá de Barbados que foi descoberta por Jay-Z e hoje consolidou seu império não só na música, mas também na moda, Rihanna, a sua trajetória começa quando aos 9 anos cantou em escola que frequentava, aos 15 anos foi descoberta pelo produtor Evan Rogers que passava férias em Barbados, que em sua primeira audição cantando Mariah Carrey foi sucesso já garantindo o contrato com a  Def Jam Records. Desde então foi só sucesso, Riri de Barbados foi só sucesso, vamos pegar algumas vitórias para enaltecer o trabalho de Rihanna.



Considerada a 4º cantora com mais vendas na história com 35 milhões de álbuns vendidos, já levou 9 Gremmys, o prêmio considerado o Oscar da música, a primeira mulher negra a posar para a DIOR, uma importante revista de Cristian Dior no ramo da moda. Muitas conquistas que Rihannajá teve e isso ainda lhe implicou em diversas situações que teve que lutar contra o racismo, a primeira foi em um hotel em Portugal que a diva do pop encontrou com uma pessoa que falou que as mulheres negras eram prostitutas e cadelas, mas Riri de Barbados não ficou calada e respondeu com sotaque de sua terra natal a altura do que a pessoa merecia.



Outro fenômeno na indústria da música é Iza, sucesso aos seus 27 anos, e hoje é referência para muitas mulheres negras, conquistou o palco Sunset no Rock in Rio 2019, mas mesmo em meio ao sucesso, reconhece que já sofreu ataques racistas como apelido de “churrasquinho”. Em uma de suas entrevistas, durante o “Arquivo Confidencial” no “Domingão do Faustão” a cantora entende o seu papel e comenta; “Por conta da minha profissão hoje, acho que essa questão do assédio, do preconceito e do racismo fica velada, mas não some. As pessoas têm aquele receio de se expressar da forma como elas gostariam. Mas sei que, se isso não acontecer comigo, não significa que o racismo acabou. A gente ainda tem muita coisa para fazer.

É interessante ver como os negros estão ganhando mais espaço, ainda que lentamente, o negro está conseguindo a ser protagonista de sua própria história, como a Iza, Rihanna, Beyonce, Taís Araujo, estão ganhando a notoriedade merecida e saindo de papéis secundários. Sei que nos gráficos ao pé da letra, ainda é muito pouco e nós como sociedade temos que ser abertos a receber e a consumir mais dessa cultura tão rica seja por músicas, como o jazz, blues, funk e os filmes e novelas, em que negros deixam de ser apenas papéis irrelevantes e passam a ganhar mais visibilidade.

Encerro esse texto apenas refletindo com tudo o que vi por aqui e com uma reflexão, principalmente as pessoas que tem privilégios, hoje a forma de se lutar contra o racismo é reconhecendo o privilégio, mas nem por conta disso, se acomodar, ouvir, ver, conversar com negros e entender mais a sua realidade ainda que não passamos na pele isso, mas de alguma forma se mostrar aberto, desde as pequenas coisas como indicar um negro para uma vaga, porque não dar uma oportunidade para um negro? Vidas negras importam sim!!!



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