Após pouco mais de três meses em que comecei a maratonar "Cobras e Lagartos", cheguei ao fim da trama com um gostinho amargo.
Sem dúvidas, o casal protagonista da novela foi Luciano (Carmo Della Vecchia) e Letícia (Cleo), enquanto Foguinho (Lázaro Ramos) foi o personagem mais complexo da trama, que apresentou outros pouco carismáticos.
Bel (Mariana Ximenes) é a pior mocinha de uma novela que eu já assisti. Uma prova de que o autor subestimou a inteligência do público, é que mesmo depois de saber a verdade sobre o Estevão (Henri Castelli), já quase no fim da novela, ela disse que seria mais fácil perdoar o vilão - que tinha matado a própria mãe - do que perdoar o Duda de uma suposta traição.
Aliás, a reta final da novela foi toda de Luciano, Letícia e Ellen (Taís Araújo), essa última me fez questionar se eu torceria para um final feliz, mas o autor foi bem feliz no caminho de redenção da personagem. Duda, no final, ficou diversos capítulos em coma pra provar que não fazia diferença no enredo, enquanto Bel se envolvia com Foguinho em uma tentativa falha do autor de dar um tempo de tela para a personagem que ficou sem função nenhuma em diversos momentos da novela.
"Cobras e Lagartos" é uma novela que foi movimentada pelos imperfeitos e dúbios personagens. Só os protagonistas não teriam dado conta de segurar a audiência.
Finalizo esse texto com algumas citações rápidas:
Carolina Dieckmann foi a dona da novela por muitos capítulos, Leona circulava praticamente em todos os núcleos e movimentava todos eles; Milú (Marília Pêra) e Tomás (Leonardo Miggiorin) foram uma dupla que deu certo, entre tantos núcleos de péssimo gosto desenvolvidos pelo autor; A direção cafona prejudicou inúmeras cenas que eram importantes para o enredo; A revelação da assassina de Estevão fugiu do óbvio, mas a forma que foi revelada foi mais uma vez o autor subestimando a inteligência do público. Como a polícia chegou no local da revelação sendo que a assassina foi a primeira a entrar? É preciso voar...