Me aproximo do fim de "Da Cor do Pecado", e apesar de uma ótima trama central, a novela apresentou núcleos secundários de gosto duvidoso até mesmo para a época em que foi exibida.
Desde o início, a trama central se mostrou certeira. João Emanuel Carneiro foi muito feliz com Preta (Taís Araújo maravilhosa), a protagonista que não deita para os vilões, mesmo passando metade da novela caindo nas armações de Bárbara (Giovanna Antonelli) e Tony (Guilherme Weber). De nada lembra as mocinhas insonsas da época.
Paco (Reynaldo Gianecchini) também foi um dos melhores protagonistas masculinos da época, mas assistindo hoje, acho que o fato de ter demorado mais de 100 capítulos para ele voltar a ter contato com Preta e Bárbara prejudicou um pouco os rumos da história, ficando uma sensação de barriga.
Bárbara e Tony foram dois vilões incríveis, um dos melhores do autor. Tony era o verdadeiro vilão, e Bárbara em suas mãos renderam ótimas cenas. As cenas de Bárbara com o filho Otávio, com toda a certeza não iriam ao ar hoje e é algo que sinto falta nas novelas de hoje em dia.
Apesar de ter uma trama extremamente machista e homofóbica, não é só por isso que a Família Sardinha soou descartável para mim. Nada agrada, a única coisa de boa que sai dessa trama é Edilásia (Rosi Campos maravilhosa), uma personagem complexa que tinha diversas nuances. Assim como Helinho (Matheus Nachtergaele), que começou promissor, mas acabou como o núcleo de personagens mais deslocados da trama. As situações bizarras envolvendo possessão e exorcismo eram de dar vergonha, e fazem com que o resultado final da novela não seja perfeito.
Enfim, "Da Cor do Pecado" tem uma trama central maravilhosa, mas infelizmente os núcleos secundários fazem com que a trama tenha um resultado bem mediano. Mas ainda assim, apesar dos 185 capítulos, vale a maratona para quem tem um carinho por esses personagens que marcaram a infância de muita gente.
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