Nostalgia 2020: A breve carreira de Caíque Ferreira

Se tornando um dos jovens mais promissores no meio televisivo, o ator, cantor e bailarino Carlos Henrique Ferreira da Costa, ou simplesmente Caíque Ferreira, se destacou em meio às novelas, cinema, teatro e na música, arrebatando uma legião de admiradores.

Nascido no Rio de Janeiro, em 05 de setembro de 1954, Caíque Ferreira deu início a sua vida artística aos 16 anos com a peça teatral “A Exceção e a Regra”. A partir daí o mesmo construiu uma bela carreira atuando em vários espetáculos e musicais.

Chegou na TV Globoem 1981 para dar vida ao Fred, na novela Brilhante, devido ao sucesso de seu personagem, não demorou muito para o público vê-lo na telinha novamente, e no ano seguinte Caíque participou da primeira versão da novela Paraíso, na qual interpretou o destemido Ricardo. Logo em seguida veio os convites para atuar no cinema, em 1983, o ator participou do filme “As Aventuras de um Paraíba”, no longa deu vida ao retirante Zé Branco. Após este filme, Caíque participou do filme “Flor do Desejo”, mas foi na televisão que sua carreira se consolidou, tendo destaque nas novelas Amor com Amor se Paga (1984), Corpo a Corpo (1984)

Em 1987 atuou em um dos papeis mais elogiados em sua carreira, em uma adaptação do romance de James Baldwin, “Guarani” contou sobre um romance homossexual entre dois jovens. Devido ao sucesso deste espetáculo, Caíque volta a televisão desta vez na extinta Rede Manchete, participando da novela Olho por Olho (1988). No ano seguinte, o ator encerra sua participação na Rede Globo em O Sexo dos Anjos (1989), e em 1991 retorna a Manchete e participa da minissérie O Guarani, este sendo seu último trabalho na televisão.

 

Mesmo estando na televisão, Caíque não havia deixado de lado os espetáculos teatrais e musicais e em 1991 recebeu um prêmio na cidade de Dusseldorf, na Alemanha, com o musical “Acende a Luz”, espetáculo no qual cantou e dançou. Vítima do vírus da AIDS, o ator faleceu em 12 de janeiro de 1994, aos 39 anos, deixando um legado marcado pelo talento e pela alegria.




Gêneros Cinematográficos: Musical

No Papo de Cinema de hoje, entraremos naqueles filmes em que o gogó de nossos atores é que conta história, estamos falando do gênero: Musical. Usarei de exemplos, filmes como: High School Musical, La La Land, Nasce uma Estrela. Lembrando que todo esse estudo é baseado no livro “Gêneros Cinematográficos” de Luis Nogueira.

Segundo Nogueira, o musical cresceu nos anos 30,40, e 50 em tempos de crise política e social. O gênero acaba assumindo a forma como válvula de escape e de enfrentar uma dura realidade de  maneira leve, mais de outro jeito de incomodar.

“A música é aqui assumida não apenas como um complemento dramático das situações ou da caracterização das personagens, mas como um dispositivo narrativo em si mesmo – a música não se sobrepõe à trama a partir do seu exterior, mas surge a partir da própria vivência das personagens e determina os seus comportamentos. Quer isto dizer que a própria música detém um papel singular na morfologia da narrativa”. Prova disso é High Schol Musical, responsável por se tornar um musical teen bem feito que virou febre entre a galerinha dos hormônios agitados. Gabriella e Troy Bolton se conhecem em uma  festa de virada de ano e cantam  “Star Of Something New”, a música aqui, além de contar parte da narrativa em que os personagens  estão vivendo, o começo de algo novo e uma nova amizade que se começa dali. A música é parte essencial da história e ela que guia como todo enredo vai andar e como esses personagens vão agregar com a música, aqui é a música que direciona todo o sentimento e o que cada um sente.

“Os momentos, os números ou as sequências cantadas e dançadas pelos protagonistas são, portanto, o elemento formal distintivo do musical. Nesses momentos, as personagens expõem os seus sentimentos e pensamentos, as suas motivações ou decisões, agindo muita vezes como se de um bailado ou de uma ópera se tratasse.” Outro exemplo disso é que La La Land, filme de 2016 que tem uma abertura incrível com números de dança, cantos e atuações, aqui é só uma abertura até chegarmos em nossos protagonistas Sebastian Wilder (Ryan Gosling) e Mia Dolan (Emma Stone), Another Day of Sun é todo filmado em um plano sequência, cheio de ritmo e cores, os personagens secundários além de contar seus sonhos, até  o jeito da luz dessa cena é uma fotografia completamente quente e cheia de vida.

“Quer isto dizer que a própria música detém um papel singular na morfologia da narrativa. Se existe aspecto que nitidamente distingue o musical clássico dos outros gêneros é precisamente a utilização que faz da banda sonora, de algum modo integrando a música no próprio universo diegético, desafiando a própria verossimilhança da história que se conta quando os personagens começam o canto e a dança de modo inusitado. ”Nasce uma Estrela”, filme  dirigido por Bradley Cooper e a convidada foi ninguém menos que Little Monster, Lady Gaga. A trama preocupa em contar a Ascenção de  Ally no mundo da música em sua união com Jack, um cantor frustrado com sua carreira que decide dar a chance para uma desconhecida. Analisando a frase do autor acima, acho isso muito válido, é praticamente a banda que é responsável pelo o universo em que estamos envolvido dentro de uma unidade no filme. A música “Shallow”, single do filme, durante a narrativa, notamos que ela foi composta do lado de fora de um supermercado, após Ally defender Jack de um bêbado que o ofendeu e em resposta ela deu um soco na cara e que após o desentendimento Jack a leva a um supermercado, comprando os produtos para poder de alguma forma melhorar o estado da mão de Ally. Após algumas cenas, vemos a mesma música, cantada a plenos pulmões a um público gigantesco, entende, como a música é parte essencial da narrativa?

O gênero musical é aquele que a grande maioria dos cinéfilos ama, citei alguns exemplos aqui, mas ainda a uma gama de filmes enormes de musicais que são consagrados. Vale ressaltar que  o musical é praticamente um membro enraizado da cultura americana, desde a influência da Broadway, a construção da narrativa entre juntar música, atuação e dança em uma obra como o “Cantando na Chuva” e a própria atualização do gênero em apropriar de determinados gêneros musicais como o rock ou o pop e trazer novas possibilidades. “Nasce uma Estrela” é prova de que a história já foi contada de várias vezes mais nunca da mesma forma ou da mesma  música.

O que você acha desse gênero? Deixe nos comentários!



Na Resenha com Pedro | Leonardo Brício

Iniciando a sua trajetória nos anos 80 no Teatro Tablado, o ator Leonardo Brício hoje carrega uma carreira brilhante. Em seu currículo consta inúmeras novelas e minisséries de sucesso, além das produções teatrais. Amante da natureza, o ator afirma ali encontrar a sua religião. Conversei com o Leonardo, que também nos contou como foi voltar à TV após alguns anos afastado, na série Arcanjo Renegado

Deixo aqui o meu agradecimento a atenção e disponibilidade que o Leonardo teve comigo.


Pedro Lima: Com mais de 30 anos de carreira, hoje você tem uma belíssima trajetória artística. Mas como a arte entrou em sua vida?

Leonardo Brício: Comecei fazendo teatro amador no condomínio que morava na Barra da Tijuca aos 15 anos, quando entrei na faculdade, escolhi fazer desenho industrial na Escola de Belas Artes na UFRJ, que abandonei no sétimo período e entrei no teatro O Tablado para fazer aula e lá fiquei. Até hoje sou Tabladiano, no fim do ano passado fiz um infantil lá novamente “O Boi e o Burro no Caminho de Belém”, pois nunca perdi o vínculo com ele, pois além de aluno, fui professor também durante quatro anos.

Leonardo e a família Sardinha em Da Cor do Pecado (2004)/ 📷 Gianne Carvalho

PL: Grandes nomes da televisão dividiram a cena com você desde O Guarani (1991), na extinta Rede Manchete, em Éramos Seis (1994) no SBT, nas memoráveis Anjo Mau (1997), Da Cor do Pecado (2004) na Globo e em Chamas da Vida (2008), na RecordTV. O que carrega desses colegas? Tem algum que ficou lisonjeado em trabalhar?

LB: Sim, trabalhei com grandes atores e atrizes. E talvez carregue um pouquinho de cada um, pois sempre fui grande observador e me dedicava a observá-los muito bem. Posso listar o (Antônio) Fagundes, que duas vezes fui filho na ficção, Cássia Kiss, Cleyde Yácones que trabalhei no teatro e na tv, a maravilhosa Laura Cardoso. Foram tantos. Vi Rubens Correia, Cláudio Correia e Castro, Fernanda Montenegro, enfim tantos e tantos. 

Leonardo na novela Éramos Seis (1994)/ 📷 Reprodução Internet

PL: Ao longo de sua carreira você já interpretou índio, bom vivant, lutador, pescador, bombeiro e até rei. Tem algum papel que teria interesse em interpretar?

LB: Sempre terá, sem preferência ente o bom ou mal, entre vilão ou mocinho.

PL: Qual papel foi o mais desafiador a ser interpretado? Porquê?

LB: Talvez Rei Davi por ter tido o desafio de fazer desde os 28 anos (fase que assumia o papel) até a morte do personagem bem velhinho.

Leonardo em cena no espetáculo O boi e o burro no caminho de Belém/ 📷 Reprodução Instagram

PL: Após alguns anos afastado da dramaturgia, você deu vida ao coronel Gabriel na série Arcanjo Renegado, como foi dar vida a este personagem? Ele estará na segunda temporada?

LB: Eu estive esse tempo afastado da tv, mas continuei fazendo teatro com O Mondé, uma cia que faço parte. Tive um tempo de preparação para o coronel Gabriel, com instruções sobre ações do Bope com integrantes dele. Na segunda temporada o Gabriel vem com tudo mostrando realmente quem ele é.

PL: O que tem a dizer sobre artistas se posicionarem diante dos últimos acontecimentos no país?

LB: Acho normal e sempre foi assim, acabamos sendo formadores de opinião, eu só não gosto de debater sobre isso nas minhas redes sociais. Tenho preguiça de briga e isso acontece muito pois é um lugar onde todo mundo se vê no direito de opinar e discutir.

📷 Reprodução Instagram

PL: Em algumas entrevistas, você se considera ser uma pessoa zen, que curte estar ao lado da natureza. O que ela te proporciona?

LB: A Natureza para mim tem haver com Deus, é praticamente minha religião.

Leonardo nos bastidores da série Arcanjo Renegado (2020)/ 📷 Reprodução Instagram


PL: Quais projetos tem pela frente?

LB: Quando voltarmos terei a segunda temporada da série para filmar e um projeto de teatro para ser feito ainda esse ano em plataformas online que será dirigido pelo Rodrigo Pandolfo.



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